Li o texto do Mons. Urbano Zilles intitulado "Perfil do Teólogo Hoje." O qual reproduzo um trecho abaixo. Trata-se de um texto escrito por um teólogo sacerdote católico que faz a análise a partir do contexto educacional católico. No caso de teólogos protestantes a realidade é outra, sendo ainda teólogo protestante no Brasil a realidade é bem outra....
Na grande maioria das igrejas protestantes brasileiras a figura do teólogo inexiste e quando existe é visto com desconfiança.
Em muitas denominações o desejo de ser teólogo é visto como sinal de arrogância e as vezes até como risco de desvio da fé.
Raríssimos são os teólogos protestantes no Brasil que podem exercer sua função em tempo integral, dando aulas, palestras e se debruçando na produção literária. Por isso a teologia protestante tupiniquim é extremamente escassa.
Não se trata somente de descaso das Igrejas, há claro uma profunda falta de entendimento da "função" do teólogo na igreja e também na sociedade, além do que o teólogo é um "bicho" caro de sustentar, deve estar constantemente participando de cursos, palestras, especializações etc, etc... e boa parte das igrejas não tem recursos suficientes para manter este espécime vivo, e se ainda a instituição não souber responder a pergunta : "Por que devo gastar isso com o teólogo ? " ou "O que pretendo do teólogo?" temos ai então o quadro que sustenta o intelectualismo protestante nacional.
Mas para aqueles, como eu, que pretendem continuar está árdua, mas gratificante, tarefa reproduzo algumas qualidades citadas no texto do Mons. Urbano, reproduzidas de Peter Hunermann, assim sendo o teólogo deve :
1. Deve ser um homo doctus. Para isso deve ter o domínio em sua área de conhecimento, a capacidade e a competência de participar nas discussões científicas. Somente a competência em sua área de conhecimento lhe garantirá respeito e autoridade perante os colegas. Nessa perspectiva cabe-lhe tratar a Teologia como scientia, com o rigor dos diferentes métodos.
2. Deve ser um homo eruditus. É necessário ser especialista, mas isto não é suficiente. Do docente de Teologia espera-se que tenha sólida formação geral e humana, em permanente atualização. Os problemas de sua área específica sempre o confrontarão com áreas vizinhas. Precisa saber buscar informações em fontes confiáveis para uma visão mais global, alargando e aprofundando horizontes interdisciplinares. Deve saber conduzir o diálogo entre fé e razão.
3. Deve ser um homo habilis. A formação geral e cristã não dispensa o bom senso para as coisas de Deus e dos homens. Deve ser homo habilis para falar, escrever e agir, apresentando perspectivas para ser cristão no mundo de hoje e capacidade crítica para rejeitar projetos inviáveis na diagnose e solução de problemas concretos.
4. Deve ser um homo publicus. Deve ter consciência de que suas ações e palavras e seu modo de ser exercem influências sobre o pensamento e o comportamento de outras pessoas, sobretudo dos alunos. Como professor deve ser educador, conduzindo e orientando os alunos com autoridade, sem ser autoritário. Para desenvolver suas habilidades, participa em associações de classe, integrando-se no espaço público. Na era da globalização, a responsabilidade pública de seus atos e de suas palavras ultrapassa as fronteiras de um país ou de uma cultura.
5. Deve ter pressupostos pessoais, éticos e religiosos, pois impende-lhe ser um homo fidelis, um homem crente. O docente de Teologia, como em outras áreas de conhecimento, deve ter capacidade para inovar e criar, a competência para liderar e orientar. Isso exige pressupostos interiores e espirituais – sacra docens et sacra dicens – que fecundam a racionalidade e a competência adquirida. Sua ética não se pode limitar ao interesse pessoal. O fundamento do ethos do teólogo é a fé em Deus e nele fundamenta seu esforço para renovar o mundo. A fé, a esperança e a caridade capacitam o teólogo a assumir sua missão com coragem e o dispõem a colaborar na construção de um mundo melhor, mais fraterno, mais justo, mais humano e mais cristão. 6. Peter Hünermann diz que deve ser também um homo praeditus sapientia, ou seja, um homem sábio no sentido em que Tomás de Aquino diz na quaestio prima da Summa Theologiae: a “Teologia é doutrina segundo a revelação divina”, caracterizando-a, depois, como sabedoria. Trata-se de ordenar, julgar e buscar uma visão de conjunto das coisas na perspectiva de Deus (S. Th. 1, q. l a. 3 a 8).
7. O teólogo é para a Igreja, para as comunidades e para a hierarquia, ou seja, é e deve ser um homo ecclesiasticus, um homem para a Igreja. Hünermann assevera que “é a racionalidade da fé eclesial”, como testemunhada desde o começo e se desenvolveu na história do povo de Deus.
Fácil, fácil.... Mas a todos que desejam e tem o chamado para o pensar teológico (o Senhor chamou alguns para Mestres...), entendam corretamente qual é a função do seu chamado. Pessoalmente creio que a principal função do Teólogo é ser Profeta, em uma sociedade e em uma Igreja que atualmente já está quase se tornando pós-cristã.... O desafio é grande.
Na grande maioria das igrejas protestantes brasileiras a figura do teólogo inexiste e quando existe é visto com desconfiança.
Em muitas denominações o desejo de ser teólogo é visto como sinal de arrogância e as vezes até como risco de desvio da fé.
Raríssimos são os teólogos protestantes no Brasil que podem exercer sua função em tempo integral, dando aulas, palestras e se debruçando na produção literária. Por isso a teologia protestante tupiniquim é extremamente escassa.
Não se trata somente de descaso das Igrejas, há claro uma profunda falta de entendimento da "função" do teólogo na igreja e também na sociedade, além do que o teólogo é um "bicho" caro de sustentar, deve estar constantemente participando de cursos, palestras, especializações etc, etc... e boa parte das igrejas não tem recursos suficientes para manter este espécime vivo, e se ainda a instituição não souber responder a pergunta : "Por que devo gastar isso com o teólogo ? " ou "O que pretendo do teólogo?" temos ai então o quadro que sustenta o intelectualismo protestante nacional.
Mas para aqueles, como eu, que pretendem continuar está árdua, mas gratificante, tarefa reproduzo algumas qualidades citadas no texto do Mons. Urbano, reproduzidas de Peter Hunermann, assim sendo o teólogo deve :
1. Deve ser um homo doctus. Para isso deve ter o domínio em sua área de conhecimento, a capacidade e a competência de participar nas discussões científicas. Somente a competência em sua área de conhecimento lhe garantirá respeito e autoridade perante os colegas. Nessa perspectiva cabe-lhe tratar a Teologia como scientia, com o rigor dos diferentes métodos.
2. Deve ser um homo eruditus. É necessário ser especialista, mas isto não é suficiente. Do docente de Teologia espera-se que tenha sólida formação geral e humana, em permanente atualização. Os problemas de sua área específica sempre o confrontarão com áreas vizinhas. Precisa saber buscar informações em fontes confiáveis para uma visão mais global, alargando e aprofundando horizontes interdisciplinares. Deve saber conduzir o diálogo entre fé e razão.
3. Deve ser um homo habilis. A formação geral e cristã não dispensa o bom senso para as coisas de Deus e dos homens. Deve ser homo habilis para falar, escrever e agir, apresentando perspectivas para ser cristão no mundo de hoje e capacidade crítica para rejeitar projetos inviáveis na diagnose e solução de problemas concretos.
4. Deve ser um homo publicus. Deve ter consciência de que suas ações e palavras e seu modo de ser exercem influências sobre o pensamento e o comportamento de outras pessoas, sobretudo dos alunos. Como professor deve ser educador, conduzindo e orientando os alunos com autoridade, sem ser autoritário. Para desenvolver suas habilidades, participa em associações de classe, integrando-se no espaço público. Na era da globalização, a responsabilidade pública de seus atos e de suas palavras ultrapassa as fronteiras de um país ou de uma cultura.
5. Deve ter pressupostos pessoais, éticos e religiosos, pois impende-lhe ser um homo fidelis, um homem crente. O docente de Teologia, como em outras áreas de conhecimento, deve ter capacidade para inovar e criar, a competência para liderar e orientar. Isso exige pressupostos interiores e espirituais – sacra docens et sacra dicens – que fecundam a racionalidade e a competência adquirida. Sua ética não se pode limitar ao interesse pessoal. O fundamento do ethos do teólogo é a fé em Deus e nele fundamenta seu esforço para renovar o mundo. A fé, a esperança e a caridade capacitam o teólogo a assumir sua missão com coragem e o dispõem a colaborar na construção de um mundo melhor, mais fraterno, mais justo, mais humano e mais cristão. 6. Peter Hünermann diz que deve ser também um homo praeditus sapientia, ou seja, um homem sábio no sentido em que Tomás de Aquino diz na quaestio prima da Summa Theologiae: a “Teologia é doutrina segundo a revelação divina”, caracterizando-a, depois, como sabedoria. Trata-se de ordenar, julgar e buscar uma visão de conjunto das coisas na perspectiva de Deus (S. Th. 1, q. l a. 3 a 8).
7. O teólogo é para a Igreja, para as comunidades e para a hierarquia, ou seja, é e deve ser um homo ecclesiasticus, um homem para a Igreja. Hünermann assevera que “é a racionalidade da fé eclesial”, como testemunhada desde o começo e se desenvolveu na história do povo de Deus.
Fácil, fácil.... Mas a todos que desejam e tem o chamado para o pensar teológico (o Senhor chamou alguns para Mestres...), entendam corretamente qual é a função do seu chamado. Pessoalmente creio que a principal função do Teólogo é ser Profeta, em uma sociedade e em uma Igreja que atualmente já está quase se tornando pós-cristã.... O desafio é grande.
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