Uma das matérias que chamou-me a atenção da revista Filosofia nr 31 deste mês foi "Ética Animal", que talvez deveria ter como um título mais correto Ética para com os Animais. Trata-se da primeira parte sobre um debate muito interessante sobre o assunto a partir do pensamento do Filosofo Peter Singer autor do livro "Libertação Animal" e um dos criador do termo especismo.
Porém neste espaço quero escrever algumas considerações com relação a outro pensador sobre o direito dos animais Gary L Francione, que parte para uma radicalização do discurso libertacionista dos animais.
Parto de uma afirmação do pensador citado no site Winkipédia:
“O resultado disso é que, a
despeito de termos leis que supostamente protegem os animais, Francione
argumenta que nós tratamos os animais de uma maneira que seria considerada
tortura, se os envolvidos fossem seres humano” [1]
O autor inicia colocando no mesmo patamar, na questão de direitos o ser humano e os animais, pois senão vejamos:
Não há como considerar isto a partir de um pressuposto em
que não há bases suficientemente consistentes com relação a esta afirmação. É
claro que ao proporcionar todo bem estar ao meu poodle, boa alimentação, não
maltrata-lo, local confortável, porém ao não permiti-lo sair de casa, por
receio de que se perca ou morra, estou lhe confinando a um cárcere privado, que
em se tratando de um ser humano eu estaria infringindo uma lei.
Porém podemos argumentar a esta hipótese por duas
afirmações:
-
Há pessoas, para vergonha minha, que tem um padrão de vida
inferior ao meu cachorro, isto é não tem segurança alimentar, não possui uma
proteção contra o tempo, e não recebe nenhuma forma de contato afetuoso.
-
O relativo cárcere privado que mantenho meu cachorro é em
ultimo aspecto visando seu bem estar, creio que se o deixasse ao seu bel prazer
já estaria morto ou gravemente ferido.
Creio também que desta forma estou agindo em direção aos interesses do
mesmo. Porém não há e creio que nunca teremos como ter certeza disto, uma vez
que boa parte dos animais não conseguem se comunicar de forma a expressar
conceitos complexos como a avaliação de interesses pessoais considerando a
construção de variáveis futuras. Desta forma nunca haverá certeza sobre isto.
Porém há sim, do meu ponto de vista um afirmação contundente
que posso considerar como totalmente coerente :
“Não é de interesse de nenhum animal, seja consciente ou senciente, sentir dor.”
Este é ao meu ver um dos parâmetros mais consistentes que
temos por enquanto quando falamos em deveres do ser humano para com os
animais.
Não discuto também que colocamos uma hierarquização dos
animais, animais de estimação que tem um convívio com o ser humano, acaba
adquirindo um status maior quando se fala consideração com a outra espécie.
Bem, não pretendo esgotar este assunto aqui neste post, fica
como uma introdução ao tema sobre a questão dos direitos dos animais ou dos
deveres do ser humano para com as outras espécies.
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