Pessoalmente, por convicções filosóficas e teológicas sou contra a inseminação artificial, sendo este procedimento por sí só objeto de discussão em bioética. Não bastando isso, ocorre o fato noticiado amplamente (para ler a matéria sobre o fato clique AQUI ) sobre o casal que ao descobri que o resultado da inseminação seriam trigêmeas, optam por escolher apenas duas entre as três, como diz a matéria do jornal :
"O casal fez tratamento em uma clínica de reprodução assistida de Curitiba. Eles queriam duas filhas, mas, antes do nascimento, foram avisados pelo médico responsável pelo tratamento que nasceriam três bebês. Na maternidade, o pai teria escolhido as meninas mais saudáveis e tentou abandonar uma das recém-nascidas, com problemas respiratórios."
É fato notório que a inseminação artificial pode gerar uma quantidade de filhos a mais que o desejado, haja visto que o método para ser mais eficaz possibilita que vários óvulos sejam fertilizados e posteriormente gestados... Agora a escolha dentre destes dos quais serão criados ou até quais deles devem completarem a gestação baseada em fatores de saúde ou genético incorre em pratica de eugenia.
A legislação não permite sequer a escolha de sexo, mas em alguns casos sabe-se que isso existe, principalmente em escândalo recente de um famoso médico dono de clinica altamente conceituada.
A justiça tirou dos pais os bebês e agora criou-se um impasse, com quem ficará os bebês? com os avós ? Para adoção? devolvido aos pais? terão condições de criá-los? E se no futuro, quando estas crianças estiverem maior e, eventualmente este ocorrido acabe sendo do conhecimento delas, como será a reação delas? como está a estrutura familiar depois deste escândalo? E se as trigêmeas tivessem nascido inseminação natural, passaria pela cabeça do pai descartar uma delas? Será que pelo fato de passar por um procedimento caro e artificial o pai sentiu-se como em um mercado escolhendo as melhores opções?
Não estou fazendo aqui nenhum juizo sobre o ocorrido, as variáveis são muitas, mas apenas discorrendo sobre questões que se impõe para a bioética e sobre questões tão fundamentais da vida humana.
2 comentários:
O que temos observado nestes últimos tempos é a banalização da vida, parece que cada vez mais as coisas e até mesmo as pessoas têm se tornado descartáveis. Hoje em dia as pessoas se acham no direito de "descartar" o indesejado, o "fora dos padrões". Se a eugenia já era uma prática reprovável quando surgiu, hoje ela se alia ao avanço da ciência e da tecnologia, e tem a capacidade de destruir a moral, a ética e banaliza um dom e um presente tão maravilhoso que é a vida que Deus nos deu! Notícias e atitudes como esta são repugnantes e exigem um posicionamento do povo cristão!
Eliane, infelizmente isso é verdade, a banalização da vida e do viver faz com que as pessoas percam completamente a noção do sagrado. Há alguns pensadores que afirmam que face a grande quantidade de pessoas no mundo atualmente a vida fica menos valorizada, morrer cem mil pessoas em um mundo com cinqüenta milhões de pessoas é uma coisa, morrer cem mil num mundo de seis bilhões não seria tão significante.... Isto é a vida vista de um modo totalmente utilitarista.... talvez explique algumas coisas,.... mas de forma alguma justifica....
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