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domingo, 31 de outubro de 2010

Eleições e Reforma.....

31 de outubro.... Hoje saí para votar em um candidato que não era meu, aquela das quais eu compartilhava algumas idéias parou no primeiro turno. Logo teria que escolher entre o ruim e o menos pior.... ou votar nulo.... o que há princípio não me agrada. Estas foram, do meu ponto de vista, as piores eleições por qual já passei a falta de candidatos minimamente sérios foi espantosa. A quantidade de informações falsas com relação à disputa  presidencial fazia com que ao invés de podermos decidir em qual lado deveríamos pender, apenas traziam desinformação e alienação. Votei, mas não sai da cabine eleitoral satisfeito, não me senti nem um pouco representado, votei mais como obrigação do que como direito, diria que hoje teria pouca esperança para vencer o medo. Hoje também se comemora o Dia da Reforma, e neste dia tão importante para nós protestantes deve ficar a lição da reforma, de um não conformismo com as situações e o exercício de ações positivas. 
Neste dia creio de devemos resgatar as "Reformas" que ainda são necessárias e continuarão sendo, primeiro em nós mesmos, na Igreja e na própria política. Deus nos ajude a conseguirmos andar nesta direção. 

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Do arquivo - A Nova Igreja....



Será que o nosso modelo de Igreja ainda atende as necessidades do indivíduo do séc. XXI?

Será que o nosso modelo de liturgia é relevante para a mentalidade do nosso século?

Estas são perguntas difíceis de se fazer, pois parece que o formato da igreja e da liturgia são intocáveis.

Por vezes temos nos mantidos arraigados a um tradicionalismo, que talvez hoje, não tenha mais sentido ou significado. Este modelo tem se perpetuado pelos séculos, é o modelo da sinagoga que passa para cristianismo com pequenas mudanças.

No decorrer dos tempos este modelo fica um pouco mais aprimorado no catolicismo romano, mas sua estrutura básica não muda, louvor, oração, palavra, uma grande quantidade de pessoas escutando e uma falando.

Na reforma protestante este formato se perpetuou nas igrejas evangélicas, e invariavelmente continua o mesmo. Uma das poucas novidades que a reforma traz, que não é propriamente litúrgica, é a escola bíblica, onde se poderia aprender um pouco a mais com relação a escritura.

Porém será que esta estrutura da igreja e da nossa liturgia deve continuar a mesma?

Para defender a manutenção desta estrutura, não podemos sequer recorrer às escrituras, uma vez que Jesus não usava a sinagoga para seu discipulado e sequer deixou um formato para seguirmos. Porém Jesus nos deixou pistas de como deveria ser a Eclésia, ou melhor, de como deve ser a comunidade cristã do futuro.

Jesus reunia os seus discípulos informalmente, onde apresentava as questões religiosas para discussão e aprendizado, ou seja, o foco era o aprendizado e o desenvolvimento humano, a transformação de indivíduos em pessoas.

O nosso modelo cúltico não apresenta nenhuma opção, ou raras opções, para o crescimento do indivíduo. O pior que muitas vezes faz justamente o contrario, faz com que as pessoas fiquem cada vez mais imaturas e dependentes da estrutura religiosa. Não possibilitam a avaliação critica do mundo ao seu redor.

Jesus fazia com que aqueles que o ouviam, ousassem pensar criticamente e avaliarem as estruturas religiosa e secular a sua volta para que pudessem se manifestar contra aquilo que estaria impedindo a evolução do reino de Deus.

Será que o nosso modelo de igreja ou liturgia faz isso?

Considero nosso modelo litúrgico baseado em uma interpretação antropológica errada do ser humano. Há um conceito generalizado no meio cristão que Deus criou o homem para o seu louvor, ou seja para ser adorado pelo homem, desta forma o culto é praticamente centrado no “louvor” a Deus. Não me parece que o relatado em Génesis na criação do homem seja isso.

Em nenhum momento vemos Deus exigindo de Adão que este ficasse o adorando e louvando, vemos sim o relato de Deus procurando um relacionamento com a sua criatura. Deus desejava um relacionamento para que haja um crescimento do homem, e este crescimento é espiritual, psicológico, intelectual.

Sempre achei que nós cristãos deveríamos fazer mais diferença na sociedade do que fazemos, em alguns aspectos até acho que trazemos prejuízos para a sociedade, não raro vemos cristão homofóbicos, racistas e machistas achando que está fazendo o que "Deus" esta ordenando.

Creio que isso acontece porque estes cristãos estão despreparadosintelectualmente para agirem na sociedade para propagarem verdadeiramente o reino.

Estes cristãos não têm um discipulado que os faça com que cresçam verdadeiramente,que desenvolvam suas potencialidades intelectuais, que seus problemas psicológicos sejam tratados para que possam ser pessoas melhores. Hoje vivemos um cristianismo individualista, interesseiro e superficial, um cristianismo egocêntrico.

Para que o cristianismo volte a ser relevante isto tem que mudar e esta mudança devem ser teológica e cultica/litúrgica. O principal fator que deve ser mudado é esta concepção antropológica

Este é apenas uma posição inicial do quê deve ser mudado, penso que ainda há mais coisas. Outra coisa ainda é o como mudar.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Desabafo.... A um ano atrás.....continua valendo....

Cada vez mais entendo que como cristãos devemos nos afastar do modelo econômico neoliberal. Este é um sistema exclusivista, que mede o ser humano por valores consumistas e mostrou-se, além de tudo, sujeito a ondas de instabilidade. 

Mas principalmente porque creio que este modelo e seus valores são antagônicos ao cristianismo. O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males... isto esta cada vez mais claro, era assim a mais de 2000 anos atrás e é assim hoje também.

Afirmo taxativamente, baseando-me nos ensinos de Jesus o Cristo, que a busca pela riqueza é um vício e desta forma é um pecado, no sentido de afastar-nos de Deus e de apresentar um valorização distorcida do ser humano e da vida.

Sei que muitos não vão gostar destas palavras, mas estou cansado de meias palavras, falar com cuidado para não ferir o “status quo” religioso. 

A teologia da prosperidade é uma farsa e não merece ser chamada de ensino cristão, tampouco os que a pregam de seguidores do caminho. Hoje mesmo tive o desprazer de assistir parcialmente a uns três programas “evangélicos”, onde se oferecia perfume ungido para fisgar namorado, onde se ensinava a determinar e outros amuletos, mas não ouvi em nenhum momento falarem de Jesus. Gritos, palavras de ordem e sermões vazios, amuletos, compra de bênçãos, desejo de poder, e riqueza, eu pergunto qual a diferença da igreja católica da época de Lutero, para as igrejas que oferecem estas “relíquias”???

Não estou fazendo apologia a pobreza e miséria, como muitos podem afirmar, mas a volta para valores simples do cristianismo, mesmo porque o juízo sobre a nossa forma de viver está chegando, e a conta mais cara será paga pelas próximas gerações.

Nossas igrejas estão cheias de gente vazia.... o cristão está conformado a viver na mediocridade, isto é ir levando a vida. Vou ao culto no fim de semana, buscar a minha benção, e depois volto para casa sem fazer diferença nenhuma, fazemos cultos de jovens para seu entretenimento, mas não os ensinamos a fazer diferença, a terem uma posição critica, os criamos em uma bolha de vidro.... 

Não estou generalizando, mas a grande maioria das igrejas são assim... e eu estava sentindo necessidade de desabafar.....