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sábado, 23 de junho de 2007

Palestras.....

Passei boa parte da tarde de hoje ouvindo e vendo as palestras do 34º Encontro Sepal para Pastores e Lideres, é um prazer poder ouvir Russel Shedd, Carlos Queiros e outros, mas a palestra da Bráulia Ribeiro foi fantástica, muito do que ela falou coaduna com o meu pensar, hoje Deus falou muito comigo, pela manhã acabei de ler Os desafios da cidade no século XXI ( escrevi um pouco sobre isso no em um post abaixo.) o texto de Comblin também versa um pouco sobre o que a Bráulia falou, não sei quanto tempo ficará disponivel no site do Sepal as palestras mas quem tiver oportunidade não deixe de ver/ouvir, segue o endereço.

http://www.lideranca.org/34online/new/plenarias2.html

Soli Deo Glória

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Os desafios da cidade no século XXI

- Os desafios da cidade no século XXI.
Autor : José Comblin
Ed. Paulus

José Comblin faz uma excelente avaliação dos desafios da cidade no século Xxi e a relação destes desafios com a postura da igreja. Apesar da magnitude do tema o livro de Comblin e fino, sem ser superficial, a análise não fica na obviedade apesar de que, confessado pelo autor, muito do que ele diz já foi dito outras vezes, mas ainda é necessário que se repita.

A análise do relacionamento das CEB x Igreja como organização e o sufucamento da primeira pela estrutura política da segunda é muito interessante, podemos ver o quanto a sociedade perde quando o poder organizado sente suas estruturas ameaçadas.

Sua frase na pg 25 bem que poderia, guardada as devidas particularidades, ter o mesmo resultado com relação à alguns movimentos evangélicos :

“As pessoas que freqüentam a igreja para buscar remédios e satisfações na vida não se sentem comprometidas com a Igreja. O seu compromisso é com o santo, e nada mais. Não se sentem comprometidas a participar de comunidades cristãs, aceitar a disciplina da Igreja e, muito menos seguir a regra do evangelho.”

Ao final da leitura do livro fica mais claro a distorção entre o cristianismo e a religião atual, a entrega que foi feita do evangelho às exigências do mercado neoliberal, visando suprir a crescente necessidade por felicidade, caracterizada pelo bem estar corporal.

Se observarmos seriamente veremos que a satisfação corporal também tinha seu espaço no evangelho, Jesus curou enfermidades físicas, psicológicas ou seja Jesus entendia a necessidade das pessoas e que vivemos neste mundo, em um corpo físico e que desejamos viver neste mundo com um corpo físico e preferencialmente com gozando de saúde e bem estar físico, e se possível agregando prazer,satisfação e conforto.

Atender as necessidades de saúde e bem estar do individuo não era problema para Jesus, porém a mensagem que Jesus passava era de que está não deve ser o nosso objetivo ultimo, nossa busca final, o físico é uma parte do individuo e não deve ser a maior. A realidade ultima que Jesus aponta é a espiritualidade como porta de acesso para o eterno e possibilidade de sentir-se pleno, não disfarçando o desespero pela finitude, como as religiões modernas fazem, ou seja não substituindo a realidade da morte com uma tentativa de viver o “presente eterno” alienando-se através do consumismo.

A reflexão de Comblin, baseia-se no paradoxo atual que as religiões estão enfrentando, e a grande questão que se impõe neste contexto é : Até que ponto isso é cristianismo?, até que ponto rendemos os profundos conceitos do Reino, propagados nos evangelhos, pelos conceitos de mercado capitalista? Até que ponto nos rendemos a filosofia e conceitos propagados atualmente?



segunda-feira, 18 de junho de 2007

Conversas com Tillich e Jung - Parte I

Fazendo a leitura da Teologia Sistemática de Paul Tillich, deparei-me com a questão da alienação como hybris, conceito esse muito profundo e bem explorado pelo autor. Mas o que me leva a escrever é um texto que encontrei no livro de C. G. Jung, “Psicologia e Religião Oriental”, onde Jung faz sua análise comparando os conceitos entre o pensamento religioso Ocidental e Oriental, e citando Kierkegaard, afirma 1:

“(...) “o homem está sempre em falta diante de Deus”. O homem procura conciliar os favores da grande potência mediante o temos, a penitência, as promessas, a submissão, a auto-humilhação, as boas obras e os louvores. A grande potência não é o homem, mas um totaliter aliter, o totalmente outro, absolutamente perfeito e exterior, a única realidade existente. Se modificarmos um pouco a fórmula e em lugar de Deus colocarmos outra grandeza, como por exemplo, o mundo, o dinheiro, teremos um quadro completo do homem ocidental zeloso, temente a Deus, piedoso, humilde, empreendedor, cobiçoso, ávido de acumular apaixonada e rapidamente toda a espéciede bens deste mundo tais como riqueza, saúde, conhecimento, domínio técnico, prosperidade pública, bem-estar, poder político, conquistas etc. Quais são os grandes movimentos propulsores de nossa época? Justamente as tentativas de nos apoderarmos do dinheiro ou dos bens dos outros e de defendermos o que é nosso. A inteligência se ocupa principalmente em inventar “ismos” adequados para ocultar seus verdadeiros motivos para conquistar o maior número possível de presas.”

Jung faz uma descrição que não há como negar representa o homem moderno ocidental, e o que é pior ainda, muitas vezes parece com o típico evangélico que encontra na acumulação e demonstração destas conquistas como bênçãos de Deus. Mas Jung fala de uma substituição da “grande potencia” pelo mundo ou dinheiro. Apesar dos conceitos diretos ou indiretos não serem em tese os mesmos, não fica difícil de fazermos aqui uma ponte com relação ao conceito de alienação de Tillich, quando o ser humano afasta-se da centralidade de Deus, e assume a sua própria centralidade e tenta conquistar a sua onipotência. Os itens enumerados por Jung, nada mais são do que degraus para que o ser humano dentro da sua alienação tente alcançar a infinitude, ou seja tente alcançar a sua própria deificação. Tillich afirma: 2

“Todos os seres humanos alimentam o secreto desejo de serem como Deus e todos agem de acordo com isso em sua auto-avaliação e auto-afirmação”.

É quando o ser humano tenta se auto afirmar através das suas conquistas para suprir a sua necessidade de infinitude que ocorre a sua alienação.

Esta necessidade de infinitude aponta para Deus, que é eterno, e do qual devemos participar. Não é possível preenchermos esta angustia de outra forma, alias todas as outras formas são destrutivas e alienantes ao ser e por isso “demoníacas”.

(Continua...., espero!)

Soli Deo Gloria
Pr. Roberto Rohregger


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1-Jung, C. G. Psicologia e Religião Oriental, Ed.Circulo do Livro, pg 15

2 -Tillich, Paul Teologia Sistemática, Ed. Sinodal/ EST, 5ª Edição Revisada, pg 345

domingo, 17 de junho de 2007

Caráter Cristão

*

Aparência externa x interna

Muitas vezes adotamos uma aparência cristã externa, agimos, aparentamos e até em muitas questões agimos com um caráter cristão.

É claro que devemos dar exemplo de postura cristã, mas Jesus está mais interessado em nosso interior do que no exterior, isso fica claro quando ele afirmou para os fariseus:

Lucas 11:37-40

“37 Quando Jesus acabou de falar um fariseu o convidou para jantar na casa dele. Jesus foi e sentou-se à mesa. 38 O fariseu ficou admirado quando viu que Jesus não tinha se lavado antes de comer. 39 Então Jesus disse a ele:

- Vocês, fariseus,lavam o copo e o prato por fora mas por dentro vocês estão cheios de violência e maldade. 40 Seus tolos! Quem fez o lado de foram não é o mesmo que fez o lado de dentro?”

Se observarmos os versículos anteriores veremos que Jesus estava falando a algum tempo, possivelmente este fariseu estava ouvindo-o atentamente. E após Jesus finalizar, ele o convidou, juntamente com outros mestres da Lei[1] para jantar em sua casa.

Interessante os conceitos que temos aqui.

Primeiro Jesus foi jantar na casa de um fariseu, sabemos que os fariseus não morriam de simpatia por Jesus, e Jesus sabia disso. Jesus conhecia os conceitos teológicos dos fariseus, principalmente seus rituais, então o que vemos é que Jesus aceita jantar na casa de um fariseu, não se importa com que seus seguidores estarão pensando, Jesus aceitou o convite com naturalidade, e animadamente assim que chegou sentou-se a mesa, a espera do jantar.

Ai está o primeiro choque, o texto diz que o fariseu ficou admirado quando viu que Jesus não tinha se lavado.

A questão de se lavar antes de refeição não tinha um caráter higiénico, para os fariseus era muito mais como observação religiosa, era um ritual[2] para tirar a impureza da pessoa[3]

Essa questão já havia sido levantada com relação aos seus discípulos inclusive, Jesus possivelmente sabia que iria ser questionado novamente.

Nesse momento Jesus identificou a postura do fariseu, e claro expôs novamente o conceito do que mais importante que aparência é a essência. Nada adianta ter a aparência de puro, se o interior não condiz com essa aparência. Para muitos daqueles fariseus, senão para todos, o que mais incomodava era justamente que Jesus não seguia os seus “manuais” mas assim mesmo o povo o via como alguém especial, alguém quem deveriam ouvir.

Aquele fariseu estava sob o peso das convenções religiosas, para ele o ritual, o simbolismo externo assumiu um fim em si mesmo, ou seja, o que fazia sentido era a sua representação externa e não a interna, este é o grande perigo de vivermos um cristianismo institucional.

Deus vê a intenção do nosso coração, além da demonstração externa de religiosidade.

De nada adianta falarmos de caráter cristão se antes não falarmos de experiência interior cristã, e isso parece-me claro uma vez que entendo estarem os dois unidos.

Aquele fariseu convidou Jesus para jantar com ele, esperando que Jesus se adaptasse ao seu modo de viver, mas Jesus não se adapta ao nosso meio de viver, se queremos “Jantar” com Jesus devemos estar preparados para aceitar o que Jesus nos ensina. Se quero ter um caráter cristão tenho que estar preparado para ouvir coisas que não gostaria, por parte de Deus.

Aquele fariseu não necessitava de limpeza externa, de rituais, ele necessitava de transformação interna.

O Moderno cristão aparente.

Hoje vivemos muito preocupados com nossa aparência, diz um ditado que o hábito faz o monge, infelizmente isso é quase um padrão nos nossos dias.

Não necessitamos ser honestos, basta termos a aparência de honestos, (vide nossos políticos) mas o mais grave é que trazemos muito destes conceitos para dentro das igrejas, e para dentro de nossas vidas.

Não estou dizendo que devemos descuidar da aparência, somos regidos por uma certa estética, que não deve extrapolar seus limites, nem pra mais, nem pra menos, tampouco devemos apenas julgar pelas aparências (afinal as aparências enganam).

O que fica claro para nós é que o caráter cristão se forma de dentro para fora e não de fora para dentro, então para ter um caráter cristão devo olhar para o caráter e vida de Jesus. E talvez ai é que comecem nossos problemas, muito do que Jesus fez nos choca, apesar de admirarmos seus atos nossa religiosidade acaba não permitindo que façamos o mesmo. Mais do que formulas quero que façamos uma reflexão, que olhemos para dentro de nós mesmos, e perguntemos: Tenho um verdadeiro caráter cristão?

Para responder-mos isso tenho que fazer outra pergunta : Estou mais preocupado com o que Deus quer, ou com o que as outras pessoas esperam de mim? Enfim estou mais comprometido com os valores do Reino de Deus ou com os conceitos da nossa sociedade?

Jesus se apresentou e se apresenta como um paradoxo, i.e. a aparente falta de nexo ou de lógica, algo que contém uma contradição, senão o que dizer do homem que comia com estelionatários, bebia com agiotas e falava para prostitutas, tolerava aparentemente tudo em todos. “Eu não condeno você”, ele ousou falar aos ouvidos da mulher adúltera. O rabi puxava conversa com divorciadas promiscuas, pousava sua mão sobre leprosos de que todos desviavam o olhar e dormia nas camas rendadas de inimigos do povo.[4] Como diz Paulo Brabo em seu texto Em seis passos que faria Jesus[5] :

“O sujeito conseguiu o feito inédito de sustentar a fama de homem de Deus ao mesmo tempo em que abraçava os puxadores de fumo, traficantes, travestis e aidéticos do seu tempo”.

Se estas palavras nos chocam, imaginem então o agir de Jesus em seu tempo. Se estivermos mais preocupados com nossa reputação do que com os valores do Reino, pode ter certeza que ainda não temos um caráter cristão bem formado. E podem ter certeza que estar comprometido com os valores do reino exige sim um grande esforço.

O teólogo Karl Bart em seu livro “Esboço de uma Dogmática”[6], no capítulo 13 intitulado “Nosso Senhor”, afirma sobre a relação entre Jesus e a forma de aceitação do seu discurso pelo homem:

“A existência do homem Jesus Cristo é, em virtude da sua divindade, a decisão soberana sobre a existência de todo o homem. Ela está baseada no fato de que, pela dispensação de Deus este alguém representa tudo e, portanto, tudo está ligado e subjugado a este Alguém. Sua comunidade sabe disso. E é isso que deve ser proclamado ao mundo”.
A Caminhada

Adquirir um caráter cristão, seguindo o modelo de Jesus, não nasce da noite para o dia, muitos acham que podem ser transformados da noite para o dia, creio sim que quando aceitamos a Cristo

opera em nós uma grande mudança interna, passamos a enxergar o mundo e a vida com outros olhos,

sobre o prisma da eternidade e de Jesus, mas isso não dispensa a nossa caminhada e o cuidado com o

nosso ser. Tanto não dispensa que os primeiros cristãos não eram conhecidos como cristãos, mas

eram chamados de os seguidores do caminho, somente isso já demonstra que devemos seguir uma

senda, uma trilha uma direção, que é apontada por Jesus.

Somos bombardeados constantemente com ações da nossa sociedade, em nossos lares poderosos meios de comunicação em massa entram sem pedir licença, via internet, via rádio, via tv este ultimo ainda é o mais avassalador meio de influencia já criado pelo homem, possivelmente a internet irá passar a tv a médio prazo, mas hoje nos somos muito influenciados por esse meio de comunicação, e através dele recebemos os mais diversos conceitos, somos pressionados em nosso trabalho, somos confrontados por nossas necessidades e passamos por um processo de comparação competitiva com outros, cada vez mais somos exigidos como maridos, profissionais, pais, amigos, temos que nos desdobrar para acompanhar o ritmo da vida moderna.

E muitas vezes são justamente estes fatores interiores e sociais que nos tiram o foco e a noção da profundidade do que é ter um caráter cristão. Não é difícil em certas circunstâncias abrir mão de conceitos cristão em prol de alguma necessidade, ou ganho próprio, não podemos esquecer que estaremos sendo provados em nossa firmeza cristã quase que diariamente, e se não tivermos um profundo comprometimento interno com os conceitos cristão, essa troca, de abrir mão destes conceitos para um ganho próprio fica fácil, basta ninguém estar vendo.

Não estou dizendo que não podemos cair, ou perder o alvo de vista, todo este contexto da vida contemporânea nos leva a uma ultima questão:

Até que ponto conseguimos seguir o exemplo de Jesus? Quais são os principais entraves para que cheguemos a estatura de varão perfeito, ao exemplo de Cristo? Hoje, a mais de dois mil anos do nascimento de Jesus, é mais difícil, mais fácil ou igual à sua época para espelhar-nos em sua vida e seguirmos seus exemplos? Até que ponto conseguimos despir-nos dos nossos medos, conceitos e pré-conceitos, até que ponto conseguimos viver sem a opinião de terceiros, sem estarmos constantemente preocupados com o que vão achar de nós, dos nossos atos, das nossas altitudes até que ponto estamos preparados para amarmos uns aos outros, amarmos nossos inimigos, de não acumularmos riquezas, de dividirmos o que temos?

O que Jesus pede de nós, não é simplesmente deixarmos de sermos "humanos demasiadamente humanos", afinal nosso instinto, nosso inconsciente rugem, clamam pela nossa integridade física e moral. Como posso despir-me de todas as garantias de vida, não amealhar fortuna para os tempos em que se faça necessário, dividir ou dar o que tenho para quem tem menos que eu, servir, ao invés de ser servido, humilhar-me ao invés de ser exaltado. E como dói ao perceber quanto estou longe do meu Mestre como é duro saber que ainda somos humanos demasiadamente humanos.

Como seguí-lo, em uma sociedade que lhe mede pela quantidade de bens que se possui, em que ser um fracassado é não possuir riquezas? Jesus enquanto homem vivia humildemente, não tinha sequer um travesseiro para repousar a cabeça não tinha uma montaria para se locomover, a não ser quando lhe emprestavam um burrico, não tinha uma casa, muitas vezes dormia ao relento, Jesus pelos nossos padrões poderia ser considerado um fracassado? Imagine o redentor da humanidade, o Filho de Deus,era um fracasso???

Poucas vezes paramos para pensar o quanto é difícil para nós abrirmos mão do que temos, o quanto nos dói abrir mão de nossas mágoas, de nossas âncoras de tudo aquilo que nos mantém presos a um materialismo mesquinho, o que Jesus nos mostra é o verdadeiro caminho, mas como dói em meu peito constatar que para mim é tão difícil abrir mão de todas as coisas que muitas vezes me afastam deste caminho.

Você já experimentou só imaginar dividindo tudo que você tem inclusive suas roupas seus sapatos, os brinquedos dos seus filhos, as jóias de sua esposa. e ir ao encontro de seus inimigos, seus desafetos, e pedir perdão por tudo que você fez? Você consegue se imaginar repartindo tudo que tem e dividendo com pessoas que moram na favela perto de sua casa? Você pensaria em morar lá para levar os ensinamentos de Jesus para este povo tão carente e sofrido? Você consegue se imaginar amando essas pessoas que em muitos casos não tem água para tomar banho? que sofrem das piores doenças? Que não tem esperanças?

Ah, Jesus! muitos vão dizer que isto é besteira que o Senhor nunca pediu isto, mas Jesus, é vendo tudo o que o Senhor fez, falou e viveu, que eu posso entender o quanto ainda sou humano, demasiadamente humano e quanto tenho que caminhar para poder chegar aos seus pés.

Pr. Roberto Rohregger



[1] Podemos perceber que haviam outros representantes da Lei na casa pelo vers. 45

[2] Marcos 7:3-7

[3] É claro que sabemos teologicamente que Jesus não necessitava de nenhum ritual para purificação, mas também sabemos que Jesus participou de alguns rituais que não teria teologicamente necessidade sendo ele Deus, como por exemplo, o batismo.

[4] Paulo, Brabo – Em seis passos que faria Jesus em www.baciadasalmas.com.br

[5] idem

[6] Barth, Karl – Esboço de uma Dogmática, Ed. Fonte Editorial, pg. 123

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Palestra Missões 8 º Congresso de Líderes da Igreja de Deus no Brasil

A IMPORTÂNCIA DE MISSÕES, PERSPECTIVA E AÇÕES DA IGREJA DE DEUS NO BRASIL.
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Texto Base : Mateus 9.35-15 e Mateus 28.18-21


O Brasil e o mundo vivem hoje uma crise ética nos seus mais profundos setores, sejam político, econômico, social etc...,

E posso dizer que o principal e o grande fator que contribui para esse aprofundamento da crise foi e é o afastamento da centralidade de Deus. O ser humano foi gradualmente tirando a centralidade de Deus e focando em si próprio, ele é o centro.

Há uma frase na filosofia que diz que o homem é a medida de todas as coisas, mas o ser humano não é um absoluto, ou seja cada um tem “medidas” com que medir diferentes, então a centralidade no homem nos trouxe ao relativismo absoluto de todas as coisas, uma vez que cada um tem a sua verdade.

Tenho a convicção de que qualquer medida que venha de padrões humanos será meramente paliativa pq a crise que o homem vive não é social, mas metafísica.

Metafísica pq o homem afastou-se da centralidade em Deus, Paul Tillch em sua TS afima que o homem que perde a centralidade em Deus vive um processo de alienação, e é isso que vemos hoje em dia.

É dentro desta crise da sociedade que a Igreja de Cristo vive, observamos a noticias em telejornais, jornais e revistas cada vez mais chocante, Paul Tillich diz ainda que não somente os que cometem atrocidades são culpados, mas os que assistem a esta violência e até os que sofrem# :.

“Os cidadãos não são culpados pelos crimes cometidos em sua cidade, mas são culpados como participantes do destino do ser humano como um todo e do destino da sua cidade em particular, pois seus atos, nos quais sua liberdade estava unida ao destino, contribuíram para formar o destino do qual participam. “
Ou seja, todos nos temos uma responsabilidade pelo destino da nossa sociedade.

Mas faço toda esta introdução para dizer que existe apenas um caminho para o ser humano sair desta alienação em que vive, é voltar a estar na centralidade de Deus.
Isto que estou dizendo não é nenhuma novidade, e já foi dito a mais de 3.000 anos, quando os israelitas tiveram suas experiências com IAHWEH, e há muito mais tempo atrás com Adão e Eva.

Mas o objetivo não é aprofundar estes itens, que pode ser deixado para um futuro congresso de evangelismo, mas sim reafirmar esta verdade: Todos necessitam da Graça de Deus.

Bem é ai que entramos, como mordomos e representantes desta Palavra de Deus, foi dada a Igreja de Cristo a prerrogativa de levar estas boas novas o evangelho da graça, prerrogativa esta que até os anjos desejavam.

Porém esta pequena introdução leva-nos conseqüentemente a questão seguinte, o que temos feito para expandir o reino de Deus e sua Justiça?

Tito Paredes, missionário peruano, um dos oradores do 3º Congresso latino-americano de Evangelização (CLADE III) afirmou# :

“Como cristãos evangélicos todos nos concordamos em que a missão da Igreja é, em grande parte, a sua própria razão de ser. A Igreja vive para proclamar e viver o Evangelho do Reino de Deus em toda a sua amplitude e integridade, dentro e a partir do contexto em que ela se desenvolve.”

Acredito fortemente que Missões deve ser um dos carros chefes da Igreja, e quando falo missões digo missões e evangelismo. Uma Igreja que não tem em sua agenda uma ação forte com objetivo missionário e evangelistico deve repensar a luz das escrituras suas prioridades.

A Igreja de Deus no Brasil, está há algum tempo pensando mais fortemente neste assunto, é claro que este sempre foi um ponto importante, uma vez que a própria igreja no brasil também é de origem missionária, mas acredito que estamos perto de darmos um salto qualitativo neste ponto.

Eu digo que a Igreja de Deus no Brasil tem uma vantagem muito grande no aspecto de missões e evangelismo:

1ª Há pessoas comprometidas com este objetivo e,

2º somos uma denominação transnacional, ou seja, estamos em boa parte do pais, e em uma parte considerável do mundo.

Quero trazer um exemplo do que estou dizendo, eu trabalho no HSBC Bank Brasil S/A, e primeiro quero trazer uma singularidade com relação ao nome, o HSBC Bank Brasil é uma parte do conglomerado HSBC Bank, que está presente em 82 paises no mundo, e a instituição faz questão de deixar isso claro, dizendo que isso é Sua Vantagem Global, isso passa a representar uma vantagem para o cliente e para o próprio banco que tem noção de sua realidade local, e que em cada região de cada pais, pode contar com uma estrutura mundial por trás, dando apoio.

A comparação que quero fazer aqui é que o Dpto Nacional de Missões tem o papel de ser também o portador desta vantagem global da Igreja de Deus no Brasil, ela tem o objetivo de canalizar os esforços de cada igreja regional para o objetivo de missões, organizando, apoiando e estruturando aos projetos de missões.

Isso faz com que possamos utilizar todo o potencial de uma Denominação do tamanho da nossa, para projetos que estejam alinhados com a visão da Nacional.

Acho que estamos no caminho certo, porém para atingirmos aquilo que Cristo pede de nós necessitamos de dois fatores:

Missões não deve ser simplismente uma obrigação, deve ser algo que eu deseje grandemente, para estar comprometido com missões eu tenho que estar comprometido com pessoas, devo olhar para a sociedade como Cristo olho para o povo, se a miséria ética, moral, social e material em que as pessoas vivem não me comover, não há compromisso com missões.

Missões não é temporário, enquanto estivermos nesta terra, missões deve ser constante em nossa vida, o nosso compromisso com missões não pode se limitar a um período a uma campanha,

Se no nosso dia a dia como cristãos estivermos atentos a estes dois pontos creio que estamos em bom caminho, e poderemos responder facilmente a pergunta lá do inicio: O que estou fazendo por Missões?

Um Departamento Nacional de Missões não faz nada sem a parte por menor que seja de cada um de nós.
Aproveitando este ponto, e para finalizar, quero salientar um trabalho apoiado pelo departamento de Missões que é a Família Missiolino.
A Família Missiolino é um projeto ainda pequeno, que esta engatinhando, mas que apresenta boas perspectivas. A Família Missiolino não é um objetivo em si, mas sim um meio para se atingir dois objetivos, que são:

1º Despertar o interesse em apoiar missões por toda a família cristã, cada personagem do desenho apóia missões de uma forma a mãe apoiando e criando eventos para apoiar missões, o pais contribuindo financeiramente e o filho que tem o desejo de ir para o campo missionário. Estes personagens podem ser utilizados para demostrar de forma lúdica como cada um pode fazer a sua parte, ou seja toda a família pode e deve estar comprometida com missões.

2º Levantar fundos para o Depto Nacional de Missões , através de venda de camisas, fantoches, e outros produtos que estará sendo desenvolvido. Estes produtos servem alem levantar fundos, divulgar o nome da Igreja e do Depto de Missões.

A família missiolino passa a ser então não o logotipo do dpto de missões, mas sim a idéia do compromisso de cada um com Missõs. Símbolo da união de toda a família cristã em prol de um objetivo comum, que é levara a Palavra de Deus a todos os povos e nações.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Um chip capaz de aprender - e se lembrar

Achei muito interessante, sei que foge um pouco ao tema do blog (ou não...) mas não resisti.

A matéria é do site da Sientific American, onde pode ser lido o texto completo.


Um chip capaz de aprender - e se lembrar
Cientistas israelenses gravam lembranças múltiplas e duradouras em uma cultura de neurônios, abrindo caminho para máquinas "ciborgues"
por Nikhil Swaminathan

Chip de neuromemória de primeira geração? Cientistas israelenses tomaram o primeiro passo importante para demonstrar que uma rede de neurônios fora do organismo pode ser estimulada para criar lembranças múltiplas e duradouras
Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv demonstraram que neurônios cultivados fora do cérebro podem ser gravados com lembranças rudimentares múltiplas que persistem por dias, sem interferir em outras, nem apagá-las.

"A maior conquista foi o fato de termos alterado a função dos neurônios inibitórios" para estimular padrões de memória, diz Eshel Ben-Jacob, autor principal da pesquisa publicada na Physical Review E. "Provavelmente fizemos com que a cultura de células desencadeasse o modo coletivo da atividade que é possível".

Segundo Ben-Jacob, os resultados abrem caminho para a criação de um chip de neuromemória que poderia ser aliado ao hardware de computadores para criar máquinas "ciborgues" capazes de realizar tarefas como detectar toxinas perigosas no ar, permitir que os cegos enxerguem ou ajudar alguém que sofre de paralisia a recuperar parte ou todo o movimento.

Ben-Jacob ressalta que todas as tentativas anteriores de desenvolver memórias em cultura de neurônios(neurônios e suas células gliais auxiliares e isolantes) muitas vezes envolveram o estímulo de sinapses (conexões entre células nervosas). Os chamados neurônios excitatórios, que amplificam a atividade cerebral, representam quase 80% dos neurônios no cérebro; os neurônios inibitórios, que "freiam" a atividade, constituem os outros 20%. Estimular células excitatórias com substâncias químicas ou impulsos elétricos faz com que elas disparem seus próprios sinais elétricos para neurônios vizinhos.

De acordo com o autor do estudo, as tentativas anteriores de fazer com que as células criassem um padrão repetido de sinais enviados de um neurônio para outro em uma população de células - o que os neurocientistas acreditam constituir a formação da lembrança no contexto de realizar uma tarefa -, eram focadas nos neurônios excitatórios. Os experimentos falharam porque resultaram em uma atividade aumentada aleatoriamente, que não imita o que acontece quando uma nova informação é aprendida.

sábado, 9 de junho de 2007

8º Congresso Nacional de Líderes da Igreja de Deus no Brasil.

Ocorreu dos dias 07 a 09 de Junho o 8º Congresso de Líderes da Igreja de Deus no Brasil, e estive participando com a palestra "A importancia de Missões : Perspectiva e Ações da Igreja de Deus no Brasil." (estarei postando este texto em breve) e no grupo de discussão sobre EBD de Jovens. Fiquei extremamente feliz com o nível de receptividade dos líderes com as propostas colocadas, e com as sugestões levantadas e os debates.

Creio que como Igreja em unidade estamos caminhando na direção certa, e não devemos deixar morrer esta sede de desenvolver e divulgar a nossa denominação, muitas das idéias e sugestões que surgiram nestes dias devem ser postas em prática de forma rápida.

Como disse algumas vezes durante o encontro, "O que fazer já sabemos, agora necessitamos definir como fazer, e ai, fazer."

Gostaria de salientar também o empenho de toda a liderança envolvida na produção deste evento, posso garantir que a parte mais fácil foi apresentar as palestras e cursos, que somente aconteceram face ao empenho de pessoas dedicadas a causa de Deus. Deus os abençoe.

Soli Deo Glória.

Críticos e Críticas

É incrivel a quantidade de críticos da Igreja, que estão "fora da Igreja".

Acredito que a Igreja tem uma série de pontos que devem ser revistos, reformados e ajustados, não estou procurando desculpas para isso, mas, criticar a Igreja estando "fora da Igreja" fica fácil.

Creio que a maoiria dos problemas já são conhecidos por todos, necessitamos agora trabalhar para solucioná-los, e se quero solucionar os problemas da Igreja devo solucioná-los dentro da Igreja, ficar apenas gritando pode alertar, mas para modificar é necessário trabalho, e trabalho árduo, dedicação, empenho e desgaste, criticar e assistir o fantático todo o domingo, até eu !!!!!

Soli Deo Glória.