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sábado, 22 de dezembro de 2007

O Descaso com a Cultura II

Havia postado o texto abaixo em no meu blog antigo, em 07 de setembro de 2006, se não me engano havia ocorrido o roubo de mapas e livros raros no na biblioteca do Rio de Janeiro, mas a festa continua.... é incrível o descaso com a coisa pública, garanto que se estas obras estivessem nas mãos de colecionadores particulares a segurança seria bem reforçada, um patrimônio de milhões, aliás de bilhões de Reais, disponíveis para qualquer ladrão se apropriar.... até que pela facilidade está se roubando pouco...

Leia a matéria no site do estadão.

O saque do Masp



O Descaso com a Cultura.

É revoltante o estado de descaso com que nossos museus e centros de artes são tratados, não há segurança, e em muitas vezes sequer condições ideais para manutenção do patrimônio.
Como pode se admitir que pessoas saiam de um museu com obras sem serem notadas? (isso está virando uma rotina...).
Como é triste constatar que o nosso País não consegue manter o seu patrimônio cultural em segurança...., bem não consegue nem manter as pessoas em segurança...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Fragmentos - Um novo mundo possível???

Por incrível que pareça a solução para a miséria (falo aqui de miséria econômica) no mundo não é deixar os pobres mais ricos, mas sim os ricos mais pobres.... Parece loucura não? Mas não é. Não há como continuarmos gerando riquezas e desenvolvimento nos mesmos patamares para toda a população, o planeta não agüenta ser explorado com tanta ferocidade, então não adianta aumentarmos a produção a cada ano que passa, não estamos criando riqueza, estamos nos matando, lentamente.

Uma vez que por mais que a produção aumente, ela fica concentrada nas mãos de poucos, claro que podemos notar que há uma melhora na qualidade de vida, não generalizada é claro, mas o fato é que o resultado para a maioria da população é pequeno pelo preço que iremos pagar.

Logo, a teoria desenvolvimentista de crescimento exponencial a cada ano para sustentar a economia não vai funcionar por muito tempo...

Então se os mais pobres não podem melhorar de vida pelo aumento da capacidade de produção, cabe diminuir a riqueza dos 3% da população....

Calma pessoal... são apenas conversas ao vento...

Mas cabe perguntar, qual a solução para o beco em que estamos entrando? A “teologia” capitalista diz que não há outro mundo possível fora das suas teorias econômicas, e que este é o único caminho que podemos trilhar... o problema que no fim deste caminho há um precipício e não um vale florido.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Fórum Theologos

Em breve estaremos disponibilizando a estrutura de um fórum para debates, você gostaria de ver algum assunto ser debatido?? mande suas sugestões para :

roberto.r67@gmail.com

Outra novidade é que em breve estaremos disponibilizando pequenos estudos em vídeo. Aguardem.

Não deixe de ver....

Assisti na semana passada a palestra "Uma perspectiva feminina" da Teóloga Maria Lina Boff, sobre como a perspectiva feminina pode interferir na percepção das manifestações da tradição religiosa cristã e as possibilidades de transcendência através destas conexões.
Maria inicia falando como o A.T. se relaciona com o sagrado, com relação as pessoas, templo e ações, depois contrapõe com o N.T. que abandona a estrutura do sagrado, pelo menos com relação ao "formalismo" do A.T. Em continuidade a teóloga apresenta a a questão do sagrado e o profano afirmando que Jesus "dessacrelizou" o sagrado, e desta forma acabou confrontando os judeus.
Contextualizando a mensagem e a questão do sagrado, Maria passa pelos principais pensadores e correntes do pensamento, falando sobre o pensamento de Durkein e o sagrado na origem das sociedades, Rudolf Otto e o sagrado como numinoso, como valor e categoria, a priori do espírito do ser como indivíduo, por fim explora o pensamento de Jung e sua afirmação de que a divindade habita dentro do ser humano e o envolve. Todas estas questões foram exploradas pelo ponto de vista feminino o que enriquece em muito a questão espiritualista.

Hoje, na tv cultura será apresentado :

Transcendência e Ecoglobalização

O economista Marcos Arruda trabalha o conceito de transcendência ligado à idéia de utopia. Ele faz relações entre o divino, consciência e religiões ligando tudo com o atual modelo de globalização. Em seguida ele apresenta sua visão sobre os danos causados pela globalização e apresenta uma abordagem alternativa aos problemas que ela criou. Marcos Arruda é doutor pela Universidade Fluminense e educador do PACS (Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul).

Não perca ás à 00h10 vale a pena dormir um pouco mais tarde....


" A informação é nossa arma, e ela está disponível para quem a deseja, basta buscarmos."





sábado, 15 de dezembro de 2007

Por que comemoro o Natal.

Este é um texto antigo meu que eu acho interessante reler nesta época do ano, afinal as velhas "questões" volte e meia ressuscitam...


Hoje está se criando uma doutrina em algumas igrejas em que não se deve celebrar o Natal, porque era uma festa pagã, porque não se sabe exatamente em que dia e mês nasceu Jesus, e porque sei lá o que mais...

Para mim o Natal sempre teve apenas um significado, ( e isto desde a época que era católico...), o nascimento de Jesus. Após convertido, essa data passou a ter um significado maior, era da data em que comemorava-se o nascimento do meu Redentor, Aquele que morreu pelos meus pecados, é a data em que lembro que Deus, fez-se homem, o Todo-Poderoso criador dos céus e da terra, nasceu e habitou entre nós.

Vejamos inicialmente algumas definições da palavra Natal:

Natal : adj. – 1. onde ocorreu o nascimento. 2. relativo ao nascimento. 3. ( inicial maiúscula.) dia do nascimento de Cristo – natalino. Adjetivo


Dicionário Houaiss . Org. Antônio Houaiss – Ed. Objetiva. 2001 – 1ª Ed. Rio de Janeiro – RJ.


Natal : Adj. 1. Relativo ao nascimento. 2. Onde ocorreu o nascimento. 3. Dia do nascimento. 4. Dia em que se comemora o nascimento de Cristo (25 de dezembro).

Dicionário Aurélio – Ed. Nova Fronteira – 1998 – São Paulo – SP.


Hoje a data em que se comemora o nascimento de Jesus, deve servir para meditarmos na Palavra de Deus, de pensarmos se estamos sendo humildes e simples como o nosso Mestre, e para evangelizarmos.


Sabemos que o mundo de uma forma geral celebra o natal comercial, a oportunidade de aumentar as vendas, a oportunidade de ganhar alguma coisa, de bebedeiras e excesso de comidas...


Mas porque o mundo pensa assim devemos deixa-los a sua sorte? Devemos abandona-los? Retirar-nos cabisbaixos dizendo não temos nada a comemorar?


NÃO !!!! Temos muito o que comemorar, o Redentor do mundo nasceu...., Deus comemorou, a estrela de Belém, ficava anunciando este fato, e os reis magos, alegraram-se, prepararam-se e levaram presentes para o Salvador.


Muitos afirmam : “ O Natal não importa...” , pra mim estão dizendo “ O Nascimento não importa...”, sem nascimento não haveria a morte !!!


Se o nascimento ( o natalício ) não fosse importante não seria mencionado na Bíblia :


Mateus 2.1-2 “1.Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. 2. E perguntavam; Onde está o recém-nascido Rei dos Judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adora-lo”


Lucas 2.8- 14 “Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o se rebanho durante as vigílias da noite. 9. E um anjo do Senhor desceu onde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles e ficaram tomados de grande temor . 10 O anjo, porém lhes disse: Não temas: eis aqui vos trago boas novas de grande alegria, que o será para todo o povo. 11 é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, que é Cristo, o Senhor. 12 E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e ditada em manjedoura.

13 E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo:


14 Glória a Deus nas maiores alturas,

e paz na terra ente os homens, a quem

ele quer bem. “


Pastores, Reis Magos, Anjos, todos estavam comemorando o nascimento de Jesus.


Quanto a data ( o dia, ou mês) vejamos o que diz Champlin:


“A primeira evidência histórica de que dispomos para a celebração do dia do nascimento de Cristo nos chega da época de Hipólito, bispo de Roma, na primeira metade do séc. III D. C A princípio, ele escolheu a data de 2 de janeiro como dia dessa celebração. Outros escolheram datas como 20 de maio, 18 ou 19 de abril, e 25 ou 28 de março. Antes disso , por algum tempo 6 de janeiro fora observado como a data do nascimento espiritual de Cristo, ou seja, como a data em que ele foi batizado por João Batista. (...)O mundo pagão celebrava a festa de Dionísio neste dia, uma celebração associada a duração maior dos dias. (...); entre os anos de 325 e 354 D. C a festa do Natal foi transferida para o dia 25 de dezembro.


Razões da Celebração a 25 de Dezembro.

Alguns supõe que foi o imperador Constantino quem estabeleceu o dia do Natal a 25 de dezembro, para substituir a festa pagã em hora ao sol. Nesse caso o Sol toma lugar do sol, o que se reveste de certa lógica, porquanto Ele é a Luz do mundo(...). Por conseguinte talvez tenha sido próprio para o império romano substituir uma festa pagã por uma celebração que tinha mais sentido para os cristãos do que a celebração das meras forças da natureza. (...)[1]


É como se o governo brasileiro substituísse o Carnaval ( a festa da carne ), por um desfile em reverência a Jesus ( uma festa do espírito.), e para lembrar que ao invés da festa carnal que o povo fazia antes, hoje fazemos uma festa à Deus, manteve-se a mesma data. Isso seria ruim? Você acharia isso mal e não participaria?


Amados, vamos celebrar ao nascimento de Jesus, o Redentor que nos libertou da Lei, não vamos procurar “novas leis”, não vamos deixar o “mundo” acabar com está celebração. Ao invés de ficarmos reclamando de que está data virou uma data do consumismo, vamos resgatar o verdadeiro sentido do Natal : ”Glória a Deus nas maiores alturas,e paz na terra ente os homens, a quem ele quer bem”. Não vamos “fugir” e entregarmos está data definitivamente ao inimigo, para ele seria muito melhor que ninguém comemorasse o nascimento do Redentor, que todos esquecessem está data, e pior, que lhe devolvêssemos esta data.


A Paz de Cristo.


Roberto Rohregger

[1] Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vl 04 – R. N. Champlin, Phd. D. - Ed. Hagnos. 5ª Ed. – 2001 – São Paulo – SP

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Transposição do rio São Francisco.

Abaixo estou disponibilizando um link para o abaixo assinado solicitando a paralização das obras do Rio São Francisco, em apóio a greve de fome do Bispo Dom Luiz Cappio, segue também alguns comentários sobre a questão. Por favor analise com cuidado e tome uma atitude, seja pró ou contra, mas não fique impassível.


-- A obra de transposição está orçada em R$ 5 bilhões. Cornucópia na qual estão de olho as grandes empreiteiras e o agronegócio. Dom Cappio desconfia de que a transposição beneficiará, não os pobres da região, que vivem da pesca e do cultivo familiar, e sim o grande capital.
Quem já viu governo fazer obra de vulto para beneficiar pobre? Nem sequer o governo Lula investiu suficientemente no programa de construção de 1 milhão de cisternas de captação de água da chuva, que poria fim às agruras da seca no semi-árido. Apenas 25% das cisternas foram construídas, assim mesmo graças ao apoio da iniciativa privada. Cidades sem suficiente saneamento são beneficiadas por viadutos para o conforto de quem transita em carros...
Quem terá acesso à água transposta? A seca ou a cerca? Não faz sentido esse projeto numa região em que ainda predomina o latifúndio e cuja população, cerca de 12 milhões pessoas, não tem acesso à propriedade da terra. No projeto não são incluídas as 34 comunidades indígenas e os 153 quilombolas encontrados em sua área de alcance.
O próprio organismo que responde pelas bacias hidrográficas, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, está contra o projeto, que ignora as estruturas sociais arcaicas da região – o que significa, na prática, fortalecê-las.
O que dom Cappio reivindica é simples e democrático: que o governo debata o projeto com a sociedade, sobretudo com os ribeirinhos do São Francisco. A obra terá profundo impacto em toda a extensão territorial do país e, sobretudo, reflexos ambientais e sociais.
Dom Cappio tem fome de justiça, uma bem-aventurança, segundo Jesus no Sermão da Montanha. Seu Natal é o da manjedoura, lá onde a família de Maria e José, sem-teto e sem-terra, faz nascer a esperança de que a população da bacia do São Francisco não venha, em futuro próximo, ser conhecida também como sem-rio.

Frei Betto é escritor, autor de “A arte de semear estrelas” (Rocco), entre outros livros.

Veja a matéria :
-- "As vidas do rio e de dom Cappio são preciosas"


LINK PARA O BAIXO ASSINADO :

http://www.petitiononline.com/dcappio/petition.html

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Até que ponto a insanidade religiosa pode chegar.....

Cristã fervorosa, a missionária Cláudia Simião da Silva, 35, levou sua fé ao extremo ao jejuar por cerca de um mês --esperando um "enviado divino"-- e obrigar duas sobrinhas, a irmã e a sogra a acompanharem o retiro. Ela foi encontrada morta, segundo a polícia, por inanição dentro da própria casa, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ).

As cinco pessoas ficaram confinadas por quase dois meses em casa. As irmãs Adrielle, 9, e Grazielle Souza Santos Simião, 11, foram internadas na sexta-feira apresentando quadro de desnutrição e de confusão mental e devem ficar hospitalizadas por quase um mês. Na mesma situação estão Cátia Simião da Silva (irmã), 31, e Lúcia Maria Simião da Silva (sogra).

Cláudia teria obrigado a família a permanecer dentro de casa. Em depoimento à polícia, o pai das duas garotas, o desenhista técnico Uendes Simião da Silva, 33, afirmou que Grazielle lhe contou que "Cláudia havia dito que o jejum duraria até que recebessem uma resposta de Deus no sentido de enviar uma pessoa que os tirassem daquela vida e os levassem para uma casa na zona sul [área nobre do Rio de Janeiro]".

Não se sabe a qual denominação religiosa Cláudia pertencia. Ela freqüentava a Igreja Batista de um bairro próximo, mas havia abandonado os cultos cerca de dez anos atrás. Depois disso, viajou para Argentina, Uruguai e Angola. Segundo Uendes, ela era formada em teologia e cursava direito.

A clausura começou em meados de setembro. Confinados, os moradores da casa inicialmente só podiam comer o que havia dentro da residência. No início de outubro, a luz foi cortada, pois a família completara três meses sem pagar a Light --distribuidora de energia elétrica. A comida, estragada, não pôde mais ser consumida. Foi quando o jejum começou.

Cursos bíblicos

Durante todo o tempo, as crianças tiveram "cursos bíblicos", segundo a conselheira tutelar Elaine Galvão, que ouviu Grazielle no Hospital Estadual Carlos Chagas.

Além dos portões trancados e da ausência total de eletricidade, Cláudia tampou as janelas com cortinas pretas. Segundo Galvão, ninguém foi agredido durante o confinamento.

Na sexta-feira, por volta das 17h, as duas crianças conseguiram sair de casa. Cláudia já estava morta há cerca de cinco dias, e seu corpo havia entrado em estado de decomposição.

Cátia e Lúcia desmaiavam e vomitavam sobre os próprios corpos regularmente. A avó, então, mandou as meninas procurarem ajuda.

"Elas pareciam aquelas crianças da Etiópia. Era só pele e osso", afirmou José Carlos Lima, 36, vizinho da família. As duas procuraram ajuda no bar de Milton André, 64. Ele lhes ofereceu macarrão, leite, bala e refrigerante, mas elas não conseguiam comer.

Segundo o delegado Flávio de Brito, a avó e os pais das meninas podem responder por crime de abandono de incapaz, mas a conclusão do inquérito ainda está indefinida.

O laudo do IML (Instituto Médico Legal) apontando a causa da morte de Cláudia ainda não foi concluído.

ITALO NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u345853.shtml

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Alegria na vida

Pela mais profunda falta de tempo, não tenho postado nada de novo nos últimos dias, aliás a bastante dias..., mas ai vai um texto do site do Ed René Kivitz, que achei muito interessante, ai vai:

"George Bernard Shaw descreveu a verdadeira alegria na vida como “ser usado para um propósito que você reconhece como poderoso, ser uma força da natureza ao invés de ser um pequeno aglomerado febril e egoísta de moléstias e mágoas, reclamando de que o mundo não se empenha em fazer você feliz. Sou da opinião de que minha vida pertence à comunidade inteira e até o fim da minha vida será o meu privilégio fazer tudo o que puder em benefício dela. Quero acabar completamente usado quando eu morrer, pois quanto mais duro eu trabalhar, mais terei vivido. Regozijo-me da vida por ela mesma. Para mim a vida não é nenhuma vela curta. É uma espécie de tocha esplêndida que estou segurando por ora, e quero fazê-la com maior brilho possível antes de entregá-la às gerações futuras”."

domingo, 30 de setembro de 2007

Não Sei.

Até quando continuaremos a jogar a responsabilidade de tudo que acontece no mundo nas costas de Deus? Até quando usaremos a dor do outro para exemplificar a "justiça" de Deus?

Como podemos nos chamar de cristãos enquanto somos tão insensíveis ?

Até quando nos apropriaremos de tragédias que atingem a outros para usar como exemplos, ou pra imputar medo ?

Até quando criaremos a imagem um Deus inquisitor, com seu olhar acusador, brincando com a dor das suas criaturas para que o respeite?

Como podemos dizer que Deus é amor, se logo em seguida dizemos que se você não o servi-lo ele ira lhe castigar? Ou que a dor quer outras famílias estão sentindo é porque Deus quer mostrar algo para nós, para que despertemos....

Será que antes de falarmos com "tanta" propriedade do que Deus anda fazendo, perguntamos a Ele?

Ou será que Deus está aprovando as nossas interpretações ? Falar sobre Deus já é algo muito difícil, ou até impossível, quanto mais interpretar o que acontece aqui neste planetinho como "vontades" de Deus.

Muitas vezes a melhor opção é não falar nada, admitir nossa ignorância sobre os mistérios de Deus, admitir que não entendemos porque tragédias acontecem, admitir que não concordamos com a morte trágica, nos revoltar com as desgraças que o próprio homem causa, chorar com aqueles que sentem dor da perda, e quando nos perguntarem porque isso aconteceu, sejamos honestos conosco mesmo e com Deus e digamos a unica resposta lógica :

- Não sei !

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

De nada adianta a indignação.....

"Ganho, e ganho bem" disse Renan antes da votação no senado

Do que adianta ficarmos indignados?, nossa indignação não muda nada. Mais uma vez vamos ficar olhando os políticos fazerem o que bem quiserem, ficaremos com cara de otários, vamos reclamar e discutir esse assunto por uns dois dias... Depois vamos continuar tocando nossa "vidinha" e a festa vai continuar no senado, na câmara, em todos os lugares onde a certeza da impunidade é o combustível , e assim ficaremos cada vez mais acostumados com a imoralidade dos representantes da nação, e eles cada vez mais ousados, pensando : "vamos fazer o que desejamos, ninguém irá nos impedir....", esse povinho frouxo é incapaz de qualquer reação, vamos roubar cada vez mais...., que morram nas filas do SUS, que morram de balas perdidas, que morram envolvidos pelo tráfico, que morram de fome, que vejam seus salários serem consumidos pelos impostos que alimentam nossas farras.... Ò povinho frouxo, continuem assim, dóceis e manipuláveis, como maridos acostumados com a traição da sua esposa, já não ligam de servirem de chacota.... País de instituições medíocres, de mentes rasas, de vontade pouca...... Povinho frouxo.... continuem sendo a alegria dos seus "donos", sim porque quem não tem força para lutar pela sua vontade, pelo que é justo, pelo que é ético, já não em vida própria é somente um marionete....Certíssimo é o ditado que diz " cada povo tem o governo que merece..." é a mais pura verdade , somos um povo indolente, e até acho que pela docilidade da manada nossos deputados e senadores roubam pouco, amigos, roubem mais, enganem mais, façam negociatas mais sujas, vendam a nação, posso garantir que ninguém vai reclamar de nada.... aumentem os impostos, não repassem mais dinheiro para a saúde, nem para a segurança já nos acostumamos a traição.... Amigos deputados e senadores deixem de serem tímidos o céu é o limite...
Faz tempo que deixamos de sermos cidadãos, abandonamos o direito de usar esse título..., somos um aglomerado de indivíduos, serviçais dos tiranos que dominam nossa nação... somos covardes e indignos das figuras que lutaram pela liberdade em nosso passado, somos a vergonha dos nosso filhos...

"Vocês que fazem parte dessa massa
que passa pelos projetos do futuro,
é duro tanto ter que caminhar
e dar muito mais que receber,
e ter que demonstrar a sua coragem
a margem do que possa parecer
e ver que toda essa engrenagem
já sente a ferrugem lhe comer
Eee vida de de gado,
povo marcado,
POVO FELIZ........"
Zé Ramalho.

sábado, 25 de agosto de 2007

O risco de esquecermos da espiritualidade.

Salmos 139

Em uma sociedade tão materialista, corremos o risco de confundirmos a espiritualidade com a busca de bênçãos de Deus.

Espiritualidade não é buscar as bênçãos de Deus, essa é a maior manifestação de materialismo que podemos mostrar.

Geralmente confundimos materialismo com ateísmo, pois eu digo que há muitos ateus espiritualistas, apesar de toda a incompatibilidade destes termos, e muito cristãos extremamente materialistas, sua busca espiritual limita-se ao acesso ao sucesso material.

E nos últimos tempos estamos tão confusos que julgamos que as pessoas bem sucedidas materialmente é que são as mais próximas de Deus, ou as que nunca enfrentaram uma crise ou as que nunca passaram por uma doença...

Ultimamente estou estudando um pouco sobre o movimento Puritanista, e a sua busca por um cristianismo mais autêntico e sincero. Um cristianismo que voltasse a colocar a Jesus como padrão, e que todos pudessem entender que a maior benção a ser alcançada já era nossa, a vida eterna, a reconciliação com Deus. Talvez falta-nos um pouco deste espírito de entrega e busca por Deus.

O momento que Jô esteve mais perto de Deus foi quando ele estava passando a pior crise da sua vida, gravemente doente, empobrecido, havia perdido seus filhos, todos se voltavam para ele com um misto de piedade e desconfiança, ou seja não recebia apoio de lugar nenhum, mas foi somente após todos estes transtornos é que ele afirma que antes somente ouvira falar de Deus, mas agora meus olhos te vêem.

O que estou querendo dizer então? Que devemos viver na pobreza, sofrermos para buscar a face de Deus? Não nada disso.

O que quero dizer que a nossa sociedade não é uma sociedade cristã, não vive por parâmetros cristãos, que sistema que a domina e a rege é um sistema demoníaco em suas estruturas. É um sistema que incita a competição desenfreada, a busca incessante por dinheiro e poder, que vê o outro como um objeto é não como alguém, como um ser humano.

O que quero dizer que nós como cristãos estamos constantemente apoiando estes sistemas e incentivando e achando até justificativas bíblicas para ele.

O que quero dizer é que o que Jesus disse de Amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo é completamente incompatível com as estruturas da nossa sociedade.

O que quero dizer é que a espiritualidade é a busca por Deus. As vezes podemos tentar fugir de Deus, a nossa sociedade vive querendo fugir de Deus, e para isso criamos utopias, ou sistemas em que não necessitaríamos de Deus. Eu não canso de repetir a frase de Tolstoi : “ O ser humano tem um vazio do tamanho de Deus.”, não há como fugir de algo de que está em nós ou que nada possa preencher o nosso vazio existencial.

Introdução ao Sermão de 26/08/07

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Aviso aos navegantes....

Caros Leitores,

Face à atividades acadêmicas e profissionais, estarei disponibilizando com menos freqüência textos no blog. Agradeço a paciência e espero em breve voltar a escrever "à pena leve" em breve.

Abraços Fraternais.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Palestra e Culto na Igreja de Deus em Indaial (SC)


Estou postando algumas fotos da Palestra para casais e do Culto na Igreja de Deus no Brasil, em Indaial (SC), já estou com saudades...







Palestra para Casais.















Culto - Domingo, 29/07/07














Pr Edson e Hila

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Inaugurando meu PodCast

Estou iniciando um podcast : http://conversasaovento.podomatic.com/ que será um braço deste blog, espero que está experiência de certo. Segue o link segue abaixo uma pequena reflexão sobre as declarações do Papa Bento XVI.

Declarações do Papa Bento XVI

Mande sua opinião. Abraços.

Soli Deo Gloria

sábado, 14 de julho de 2007

Vida...

Por muito tempo busquei uma resposta para a vida, sempre desejei entender o mistério da criação, ficava e ainda fico maravilhado com o universo e com a vida.

Hoje, após muito bater cabeça, ainda não tenho uma resposta completa para todas as minhas inquietações, mas penso que a melhor resposta para a vida é vivê-la, desfrutar da melhor forma possível este dom maravilhoso, saber que passaremos por dificuldades e problemas, dilemas e dores e tudo faz parte da vida.

Cabe a nós que fomos agraciados procurar viver plenamente em todos os aspectos e procurar fazer com que outras pessoas também possam ter uma vida digna, respeitando e sendo respeitada.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Vaticano define Igreja Católica como unica de Cristo...

Vaticano afirma que a única Igreja de Cristo é a Católica no texto " RESPOSTAS A QUESTÕES RELATIVAS A ALGUNS ASPECTOS DA DOUTRINA SOBRE A IGREJA " o Papa Bento XVI, ratificou e confirmou as questões, constante no documento acima citado.


(...)

Segunda questão: Como deve entender-se a afirmação de que a Igreja de Cristo subsiste na Igreja católica?

Resposta: Cristo "constituiu sobre a terra" uma única Igreja e instituiu-a como "grupo visível e comunidade espiritual"[5], que desde a sua origem e no curso da história sempre existe e existirá, e na qual só permaneceram e permanecerão todos os elementos por Ele instituídos[6]. "Esta é a única Igreja de Cristo, que no Símbolo professamos como sendo una, santa, católica e apostólica […]. Esta Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele"[7].

Na Constituição dogmática Lumen gentium 8, subsistência é esta perene continuidade histórica e a permanência de todos os elementos instituídos por Cristo na Igreja católica[8], na qual concretamente se encontra a Igreja de Cristo sobre esta terra.

Documentario National Geographic - O Evangelho de Judas

Acabei de assistir o documentário da National Geographic sobre o Evangelho de Judas. Já havia lido a revista na época do lançamento.
O vídeo não apresenta nenhuma novidade com relação ao que a revista já tratava, porém é interessante para entender o processo de datação e todo o trabalho de recuperação de manuscritos antigos.
Alguns pontos levantados também são interessantes, mas tudo fica muito ainda na esfera da especulação. Vale como curiosidade.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

DISCURSO DE MARTIN LUTHER KING, JR.

Discurso de Martin Luther King, Jr. em Washington, D.C., a capital dos Estados Unidos da América, em 28 de Agosto de 1963, após a Marcha para Washington.

Vale a pena ler, e refletir...., quão distante está o nosso "evangelicanismo", quantos pastores hoje teriam condições de elaborar um discurso deste nível???

Pior... quantos o conseguem compreender hoje???


Mediocridade

Realmente...., acho que estou ficando cansado da mediocridade, de pessoas sem capacitação se metendo a falar de todos os assuntos, achando que suas opiniões são as mais certas, suas doutrinas e idéias são as mais fantásticas....

Vivemos tempos em que a mediocridade é celebrada, para ser um intelectual não necessito gastar horas lendo os clássicos, aprimorando minha capacidade de síntese e escrita, basta parecer intelectual, soltar algumas frases de efeito, repetir feito um papagaio algum texto lido na internet....

Hoje é cada vez mais raro pensadores de respeito, aqueles que transpassam as barreiras, sejam suas, sejam a da sociedade, apresentando uma nova visão da realidade. Há que se ter corajem para tanto, há de muitas vezes ter que se violentar, e rasgar o peito para que as palavras saíam gritando como o choro de um recém nascido, se libertando vindo ao mundo, está é a dor das ídeias, do parto intelectual.

E neste rumo vamos, rumo ao vazio ao niilismo e a desesperança.

Mas creio que ainda há esperança.... ainda há aqueles que acreditam que esta situação pode mudar, acreditam que ainda há pessoas que desejam realmente aprender, discutir.....

Ainda me incluo neste grupo... não sei por quanto tempo.

Soli Deo Glória.

País sem homens nem livros.....

Universitários não têm hábito de ler

Levantamento mostra que 15% estudantes do ensino superior do Rio e de São Paulo nunca leram um livro. Leitura de jornais também não está na pauta desses jovens

Este é um retrato do Brasil, sem cultura, sem informação.... estamos formando cada vez mais pessoas despreparadas, incultas, desinformadas. É essa a grande massa de manobra ideal para qualquer aproveitador, seja político ou qualquer espécie de "lider".

Transcrevo abaixo a informação da Câmara Brasileira do Livro:

"O Brasil é um país que lê pouco e mal. Em média, o brasileiro lê 1,8 livro por ano, segundo a Câmara Brasileira do Livro (CBL). Os modestos números ganham contornos piores se comparados aos dos vizinhos Uruguai e Argentina, onde as pessoas lêem quatro livros por ano. Quando confrontados à média européia, os dados são irrisórios. Na terra de Shakespeare e Cervantes, a média é superior a 20 títulos anuais."

Proliferam-se "Paulos Coelhos" e livros de auto ajuda...

A grande maioria, sejam jovens ou não, não gostam nem mesmo de enfrentar um simples debate de ídeias, tenho costatado este fenômeno, algum tempo criei uma comunidade no Orkut sobre teologia, inseri alguns tópicos, coloquei provocações tudo para animar o debate, completo fracasso, de 17 menbros apenas 1 se manifestava .... acabou que desde 14/06 não há nenhuma postagem...., falta de interesse? não sei...

Penso que a grande maioria dos brasileiros não gosta de atividades intelectuais, seja ler, debater, ou apresentar uma opinião propria formada, aliás é muito mais fácil apresentar ídeias pré-concebidas de outros....

Transcrevo abaixo uma parte de um texto do Ricardo Gondim, respondendo a um interlocutor com relação à incompreensão de seus escritos:

"Acredito que o problema também pode decorrer do fato que pessoas como você, tenham mais ouvidos do que olhos. Muita gente é depreparada para a leitura. Realmente o meio evangélico é muito ouvidos e pouco exercitado em ler. Então, qualquer pessoa que nunca lê livro algum, que não foi adestrada na disciplina do texto, com certeza se perderá. Aconselho que você compre algum bom livro e faça um projeto de lê-lo de capa a capa. Depois de conseguir ler uns três ou quatro livros num período, digamos, de um mês, volte a ler meu site. Tenho certeza que então você me entenderá melhor."


Soli Deo Gloria.




Igreja reformada sempre se reformando......

É de estarrecer a passividade do povo brasileiro, mais ainda do evangélico brasileiro.

Que luz estamos sendo? Que sal é esse?

Eu digo: A luz está apagando e o sal insoso, não somos exemplo para quase mais nada, a não ser de reacionismo e moralismo barato. Quantas igrejas ou denominações estão se manifestando, com relação aos demandos dos políticos, da violência? Quantas passeatas para a moralização do congresso? Pela quantidade de marchas pra Jesus, determinando isto e aquilo, as coisas já não deviam estar melhor?? A grande verdade é que o povo evangélico nada mais é do que massa de manobra para alguns lideres inescrupulosos, serve somente para demonstra o poder de grupos e servir como moeda de troca... criou-se novos currais eleitorais, os coronéis dos sertões, foram substituídos pelos coronéis dos púlpitos.

Posso estar sendo duro, mas está é a minha visão, está na hora de uma nova reforma, enquanto há uma mínima esperança de salvação do movimento evangélico, se é que há alguma ainda....

Enquanto nos púlpitos se grita que devemos prosperar, determinar, ou propagar a santidade moralista, a nação está afundando num mar de “lama” ( pra não dizer aquilo que vc está pensando...), a grande maioria da sociedade está jogando a ética no lixo, enquanto assistimos os piratas modernos confortavelmente sentados em suas poltronas nas casas de legislação saqueando a nação.

Assistimos passivamente uma juventude se perder, distribuindo violência gratuita, sem rumo, repetindo em suas vidas vazias tudo aquilo que nossos governantes estão cansados de fazer, e esperando o mesmo tratamento, ou seja a impunidade. No meio deste caos, pergunto : Não devia a igreja ser o profeta dos tempos atuais? Não deveria chamar a nação ao arrependimento ? Não deveria apontar o seu dedo para os desmandos dos governantes, que claramente desafiam e menosprezam a Palavra de Deus? Igreja, quer queira ou não, quer acredite ou não, você será cobrada pela sua posição.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Mundo doente......(2)



Insentido

Dor...mundor, esquecer que a vida é imensa,
A dor que não sentimos
esta é a pior, febre que não arde.
O ontem do amanhã, já chegou, mas ainda não passou.

É duro tanto ter que caminhar e dar muito mais que receber
e ter que demonstrar sua coragem a margem do que possa parecer
e ver que toda essa engrenagem já sente a ferrugem lhe comer.... Povo marcado, povo feliz...(Ramalheando - Admiravel Gado Novo)

Todos olham, mas ninguem vê..... tudo 100100tido rsrs....

sábado, 23 de junho de 2007

Palestras.....

Passei boa parte da tarde de hoje ouvindo e vendo as palestras do 34º Encontro Sepal para Pastores e Lideres, é um prazer poder ouvir Russel Shedd, Carlos Queiros e outros, mas a palestra da Bráulia Ribeiro foi fantástica, muito do que ela falou coaduna com o meu pensar, hoje Deus falou muito comigo, pela manhã acabei de ler Os desafios da cidade no século XXI ( escrevi um pouco sobre isso no em um post abaixo.) o texto de Comblin também versa um pouco sobre o que a Bráulia falou, não sei quanto tempo ficará disponivel no site do Sepal as palestras mas quem tiver oportunidade não deixe de ver/ouvir, segue o endereço.

http://www.lideranca.org/34online/new/plenarias2.html

Soli Deo Glória

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Os desafios da cidade no século XXI

- Os desafios da cidade no século XXI.
Autor : José Comblin
Ed. Paulus

José Comblin faz uma excelente avaliação dos desafios da cidade no século Xxi e a relação destes desafios com a postura da igreja. Apesar da magnitude do tema o livro de Comblin e fino, sem ser superficial, a análise não fica na obviedade apesar de que, confessado pelo autor, muito do que ele diz já foi dito outras vezes, mas ainda é necessário que se repita.

A análise do relacionamento das CEB x Igreja como organização e o sufucamento da primeira pela estrutura política da segunda é muito interessante, podemos ver o quanto a sociedade perde quando o poder organizado sente suas estruturas ameaçadas.

Sua frase na pg 25 bem que poderia, guardada as devidas particularidades, ter o mesmo resultado com relação à alguns movimentos evangélicos :

“As pessoas que freqüentam a igreja para buscar remédios e satisfações na vida não se sentem comprometidas com a Igreja. O seu compromisso é com o santo, e nada mais. Não se sentem comprometidas a participar de comunidades cristãs, aceitar a disciplina da Igreja e, muito menos seguir a regra do evangelho.”

Ao final da leitura do livro fica mais claro a distorção entre o cristianismo e a religião atual, a entrega que foi feita do evangelho às exigências do mercado neoliberal, visando suprir a crescente necessidade por felicidade, caracterizada pelo bem estar corporal.

Se observarmos seriamente veremos que a satisfação corporal também tinha seu espaço no evangelho, Jesus curou enfermidades físicas, psicológicas ou seja Jesus entendia a necessidade das pessoas e que vivemos neste mundo, em um corpo físico e que desejamos viver neste mundo com um corpo físico e preferencialmente com gozando de saúde e bem estar físico, e se possível agregando prazer,satisfação e conforto.

Atender as necessidades de saúde e bem estar do individuo não era problema para Jesus, porém a mensagem que Jesus passava era de que está não deve ser o nosso objetivo ultimo, nossa busca final, o físico é uma parte do individuo e não deve ser a maior. A realidade ultima que Jesus aponta é a espiritualidade como porta de acesso para o eterno e possibilidade de sentir-se pleno, não disfarçando o desespero pela finitude, como as religiões modernas fazem, ou seja não substituindo a realidade da morte com uma tentativa de viver o “presente eterno” alienando-se através do consumismo.

A reflexão de Comblin, baseia-se no paradoxo atual que as religiões estão enfrentando, e a grande questão que se impõe neste contexto é : Até que ponto isso é cristianismo?, até que ponto rendemos os profundos conceitos do Reino, propagados nos evangelhos, pelos conceitos de mercado capitalista? Até que ponto nos rendemos a filosofia e conceitos propagados atualmente?



segunda-feira, 18 de junho de 2007

Conversas com Tillich e Jung - Parte I

Fazendo a leitura da Teologia Sistemática de Paul Tillich, deparei-me com a questão da alienação como hybris, conceito esse muito profundo e bem explorado pelo autor. Mas o que me leva a escrever é um texto que encontrei no livro de C. G. Jung, “Psicologia e Religião Oriental”, onde Jung faz sua análise comparando os conceitos entre o pensamento religioso Ocidental e Oriental, e citando Kierkegaard, afirma 1:

“(...) “o homem está sempre em falta diante de Deus”. O homem procura conciliar os favores da grande potência mediante o temos, a penitência, as promessas, a submissão, a auto-humilhação, as boas obras e os louvores. A grande potência não é o homem, mas um totaliter aliter, o totalmente outro, absolutamente perfeito e exterior, a única realidade existente. Se modificarmos um pouco a fórmula e em lugar de Deus colocarmos outra grandeza, como por exemplo, o mundo, o dinheiro, teremos um quadro completo do homem ocidental zeloso, temente a Deus, piedoso, humilde, empreendedor, cobiçoso, ávido de acumular apaixonada e rapidamente toda a espéciede bens deste mundo tais como riqueza, saúde, conhecimento, domínio técnico, prosperidade pública, bem-estar, poder político, conquistas etc. Quais são os grandes movimentos propulsores de nossa época? Justamente as tentativas de nos apoderarmos do dinheiro ou dos bens dos outros e de defendermos o que é nosso. A inteligência se ocupa principalmente em inventar “ismos” adequados para ocultar seus verdadeiros motivos para conquistar o maior número possível de presas.”

Jung faz uma descrição que não há como negar representa o homem moderno ocidental, e o que é pior ainda, muitas vezes parece com o típico evangélico que encontra na acumulação e demonstração destas conquistas como bênçãos de Deus. Mas Jung fala de uma substituição da “grande potencia” pelo mundo ou dinheiro. Apesar dos conceitos diretos ou indiretos não serem em tese os mesmos, não fica difícil de fazermos aqui uma ponte com relação ao conceito de alienação de Tillich, quando o ser humano afasta-se da centralidade de Deus, e assume a sua própria centralidade e tenta conquistar a sua onipotência. Os itens enumerados por Jung, nada mais são do que degraus para que o ser humano dentro da sua alienação tente alcançar a infinitude, ou seja tente alcançar a sua própria deificação. Tillich afirma: 2

“Todos os seres humanos alimentam o secreto desejo de serem como Deus e todos agem de acordo com isso em sua auto-avaliação e auto-afirmação”.

É quando o ser humano tenta se auto afirmar através das suas conquistas para suprir a sua necessidade de infinitude que ocorre a sua alienação.

Esta necessidade de infinitude aponta para Deus, que é eterno, e do qual devemos participar. Não é possível preenchermos esta angustia de outra forma, alias todas as outras formas são destrutivas e alienantes ao ser e por isso “demoníacas”.

(Continua...., espero!)

Soli Deo Gloria
Pr. Roberto Rohregger


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1-Jung, C. G. Psicologia e Religião Oriental, Ed.Circulo do Livro, pg 15

2 -Tillich, Paul Teologia Sistemática, Ed. Sinodal/ EST, 5ª Edição Revisada, pg 345

domingo, 17 de junho de 2007

Caráter Cristão

*

Aparência externa x interna

Muitas vezes adotamos uma aparência cristã externa, agimos, aparentamos e até em muitas questões agimos com um caráter cristão.

É claro que devemos dar exemplo de postura cristã, mas Jesus está mais interessado em nosso interior do que no exterior, isso fica claro quando ele afirmou para os fariseus:

Lucas 11:37-40

“37 Quando Jesus acabou de falar um fariseu o convidou para jantar na casa dele. Jesus foi e sentou-se à mesa. 38 O fariseu ficou admirado quando viu que Jesus não tinha se lavado antes de comer. 39 Então Jesus disse a ele:

- Vocês, fariseus,lavam o copo e o prato por fora mas por dentro vocês estão cheios de violência e maldade. 40 Seus tolos! Quem fez o lado de foram não é o mesmo que fez o lado de dentro?”

Se observarmos os versículos anteriores veremos que Jesus estava falando a algum tempo, possivelmente este fariseu estava ouvindo-o atentamente. E após Jesus finalizar, ele o convidou, juntamente com outros mestres da Lei[1] para jantar em sua casa.

Interessante os conceitos que temos aqui.

Primeiro Jesus foi jantar na casa de um fariseu, sabemos que os fariseus não morriam de simpatia por Jesus, e Jesus sabia disso. Jesus conhecia os conceitos teológicos dos fariseus, principalmente seus rituais, então o que vemos é que Jesus aceita jantar na casa de um fariseu, não se importa com que seus seguidores estarão pensando, Jesus aceitou o convite com naturalidade, e animadamente assim que chegou sentou-se a mesa, a espera do jantar.

Ai está o primeiro choque, o texto diz que o fariseu ficou admirado quando viu que Jesus não tinha se lavado.

A questão de se lavar antes de refeição não tinha um caráter higiénico, para os fariseus era muito mais como observação religiosa, era um ritual[2] para tirar a impureza da pessoa[3]

Essa questão já havia sido levantada com relação aos seus discípulos inclusive, Jesus possivelmente sabia que iria ser questionado novamente.

Nesse momento Jesus identificou a postura do fariseu, e claro expôs novamente o conceito do que mais importante que aparência é a essência. Nada adianta ter a aparência de puro, se o interior não condiz com essa aparência. Para muitos daqueles fariseus, senão para todos, o que mais incomodava era justamente que Jesus não seguia os seus “manuais” mas assim mesmo o povo o via como alguém especial, alguém quem deveriam ouvir.

Aquele fariseu estava sob o peso das convenções religiosas, para ele o ritual, o simbolismo externo assumiu um fim em si mesmo, ou seja, o que fazia sentido era a sua representação externa e não a interna, este é o grande perigo de vivermos um cristianismo institucional.

Deus vê a intenção do nosso coração, além da demonstração externa de religiosidade.

De nada adianta falarmos de caráter cristão se antes não falarmos de experiência interior cristã, e isso parece-me claro uma vez que entendo estarem os dois unidos.

Aquele fariseu convidou Jesus para jantar com ele, esperando que Jesus se adaptasse ao seu modo de viver, mas Jesus não se adapta ao nosso meio de viver, se queremos “Jantar” com Jesus devemos estar preparados para aceitar o que Jesus nos ensina. Se quero ter um caráter cristão tenho que estar preparado para ouvir coisas que não gostaria, por parte de Deus.

Aquele fariseu não necessitava de limpeza externa, de rituais, ele necessitava de transformação interna.

O Moderno cristão aparente.

Hoje vivemos muito preocupados com nossa aparência, diz um ditado que o hábito faz o monge, infelizmente isso é quase um padrão nos nossos dias.

Não necessitamos ser honestos, basta termos a aparência de honestos, (vide nossos políticos) mas o mais grave é que trazemos muito destes conceitos para dentro das igrejas, e para dentro de nossas vidas.

Não estou dizendo que devemos descuidar da aparência, somos regidos por uma certa estética, que não deve extrapolar seus limites, nem pra mais, nem pra menos, tampouco devemos apenas julgar pelas aparências (afinal as aparências enganam).

O que fica claro para nós é que o caráter cristão se forma de dentro para fora e não de fora para dentro, então para ter um caráter cristão devo olhar para o caráter e vida de Jesus. E talvez ai é que comecem nossos problemas, muito do que Jesus fez nos choca, apesar de admirarmos seus atos nossa religiosidade acaba não permitindo que façamos o mesmo. Mais do que formulas quero que façamos uma reflexão, que olhemos para dentro de nós mesmos, e perguntemos: Tenho um verdadeiro caráter cristão?

Para responder-mos isso tenho que fazer outra pergunta : Estou mais preocupado com o que Deus quer, ou com o que as outras pessoas esperam de mim? Enfim estou mais comprometido com os valores do Reino de Deus ou com os conceitos da nossa sociedade?

Jesus se apresentou e se apresenta como um paradoxo, i.e. a aparente falta de nexo ou de lógica, algo que contém uma contradição, senão o que dizer do homem que comia com estelionatários, bebia com agiotas e falava para prostitutas, tolerava aparentemente tudo em todos. “Eu não condeno você”, ele ousou falar aos ouvidos da mulher adúltera. O rabi puxava conversa com divorciadas promiscuas, pousava sua mão sobre leprosos de que todos desviavam o olhar e dormia nas camas rendadas de inimigos do povo.[4] Como diz Paulo Brabo em seu texto Em seis passos que faria Jesus[5] :

“O sujeito conseguiu o feito inédito de sustentar a fama de homem de Deus ao mesmo tempo em que abraçava os puxadores de fumo, traficantes, travestis e aidéticos do seu tempo”.

Se estas palavras nos chocam, imaginem então o agir de Jesus em seu tempo. Se estivermos mais preocupados com nossa reputação do que com os valores do Reino, pode ter certeza que ainda não temos um caráter cristão bem formado. E podem ter certeza que estar comprometido com os valores do reino exige sim um grande esforço.

O teólogo Karl Bart em seu livro “Esboço de uma Dogmática”[6], no capítulo 13 intitulado “Nosso Senhor”, afirma sobre a relação entre Jesus e a forma de aceitação do seu discurso pelo homem:

“A existência do homem Jesus Cristo é, em virtude da sua divindade, a decisão soberana sobre a existência de todo o homem. Ela está baseada no fato de que, pela dispensação de Deus este alguém representa tudo e, portanto, tudo está ligado e subjugado a este Alguém. Sua comunidade sabe disso. E é isso que deve ser proclamado ao mundo”.
A Caminhada

Adquirir um caráter cristão, seguindo o modelo de Jesus, não nasce da noite para o dia, muitos acham que podem ser transformados da noite para o dia, creio sim que quando aceitamos a Cristo

opera em nós uma grande mudança interna, passamos a enxergar o mundo e a vida com outros olhos,

sobre o prisma da eternidade e de Jesus, mas isso não dispensa a nossa caminhada e o cuidado com o

nosso ser. Tanto não dispensa que os primeiros cristãos não eram conhecidos como cristãos, mas

eram chamados de os seguidores do caminho, somente isso já demonstra que devemos seguir uma

senda, uma trilha uma direção, que é apontada por Jesus.

Somos bombardeados constantemente com ações da nossa sociedade, em nossos lares poderosos meios de comunicação em massa entram sem pedir licença, via internet, via rádio, via tv este ultimo ainda é o mais avassalador meio de influencia já criado pelo homem, possivelmente a internet irá passar a tv a médio prazo, mas hoje nos somos muito influenciados por esse meio de comunicação, e através dele recebemos os mais diversos conceitos, somos pressionados em nosso trabalho, somos confrontados por nossas necessidades e passamos por um processo de comparação competitiva com outros, cada vez mais somos exigidos como maridos, profissionais, pais, amigos, temos que nos desdobrar para acompanhar o ritmo da vida moderna.

E muitas vezes são justamente estes fatores interiores e sociais que nos tiram o foco e a noção da profundidade do que é ter um caráter cristão. Não é difícil em certas circunstâncias abrir mão de conceitos cristão em prol de alguma necessidade, ou ganho próprio, não podemos esquecer que estaremos sendo provados em nossa firmeza cristã quase que diariamente, e se não tivermos um profundo comprometimento interno com os conceitos cristão, essa troca, de abrir mão destes conceitos para um ganho próprio fica fácil, basta ninguém estar vendo.

Não estou dizendo que não podemos cair, ou perder o alvo de vista, todo este contexto da vida contemporânea nos leva a uma ultima questão:

Até que ponto conseguimos seguir o exemplo de Jesus? Quais são os principais entraves para que cheguemos a estatura de varão perfeito, ao exemplo de Cristo? Hoje, a mais de dois mil anos do nascimento de Jesus, é mais difícil, mais fácil ou igual à sua época para espelhar-nos em sua vida e seguirmos seus exemplos? Até que ponto conseguimos despir-nos dos nossos medos, conceitos e pré-conceitos, até que ponto conseguimos viver sem a opinião de terceiros, sem estarmos constantemente preocupados com o que vão achar de nós, dos nossos atos, das nossas altitudes até que ponto estamos preparados para amarmos uns aos outros, amarmos nossos inimigos, de não acumularmos riquezas, de dividirmos o que temos?

O que Jesus pede de nós, não é simplesmente deixarmos de sermos "humanos demasiadamente humanos", afinal nosso instinto, nosso inconsciente rugem, clamam pela nossa integridade física e moral. Como posso despir-me de todas as garantias de vida, não amealhar fortuna para os tempos em que se faça necessário, dividir ou dar o que tenho para quem tem menos que eu, servir, ao invés de ser servido, humilhar-me ao invés de ser exaltado. E como dói ao perceber quanto estou longe do meu Mestre como é duro saber que ainda somos humanos demasiadamente humanos.

Como seguí-lo, em uma sociedade que lhe mede pela quantidade de bens que se possui, em que ser um fracassado é não possuir riquezas? Jesus enquanto homem vivia humildemente, não tinha sequer um travesseiro para repousar a cabeça não tinha uma montaria para se locomover, a não ser quando lhe emprestavam um burrico, não tinha uma casa, muitas vezes dormia ao relento, Jesus pelos nossos padrões poderia ser considerado um fracassado? Imagine o redentor da humanidade, o Filho de Deus,era um fracasso???

Poucas vezes paramos para pensar o quanto é difícil para nós abrirmos mão do que temos, o quanto nos dói abrir mão de nossas mágoas, de nossas âncoras de tudo aquilo que nos mantém presos a um materialismo mesquinho, o que Jesus nos mostra é o verdadeiro caminho, mas como dói em meu peito constatar que para mim é tão difícil abrir mão de todas as coisas que muitas vezes me afastam deste caminho.

Você já experimentou só imaginar dividindo tudo que você tem inclusive suas roupas seus sapatos, os brinquedos dos seus filhos, as jóias de sua esposa. e ir ao encontro de seus inimigos, seus desafetos, e pedir perdão por tudo que você fez? Você consegue se imaginar repartindo tudo que tem e dividendo com pessoas que moram na favela perto de sua casa? Você pensaria em morar lá para levar os ensinamentos de Jesus para este povo tão carente e sofrido? Você consegue se imaginar amando essas pessoas que em muitos casos não tem água para tomar banho? que sofrem das piores doenças? Que não tem esperanças?

Ah, Jesus! muitos vão dizer que isto é besteira que o Senhor nunca pediu isto, mas Jesus, é vendo tudo o que o Senhor fez, falou e viveu, que eu posso entender o quanto ainda sou humano, demasiadamente humano e quanto tenho que caminhar para poder chegar aos seus pés.

Pr. Roberto Rohregger



[1] Podemos perceber que haviam outros representantes da Lei na casa pelo vers. 45

[2] Marcos 7:3-7

[3] É claro que sabemos teologicamente que Jesus não necessitava de nenhum ritual para purificação, mas também sabemos que Jesus participou de alguns rituais que não teria teologicamente necessidade sendo ele Deus, como por exemplo, o batismo.

[4] Paulo, Brabo – Em seis passos que faria Jesus em www.baciadasalmas.com.br

[5] idem

[6] Barth, Karl – Esboço de uma Dogmática, Ed. Fonte Editorial, pg. 123

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Palestra Missões 8 º Congresso de Líderes da Igreja de Deus no Brasil

A IMPORTÂNCIA DE MISSÕES, PERSPECTIVA E AÇÕES DA IGREJA DE DEUS NO BRASIL.
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Texto Base : Mateus 9.35-15 e Mateus 28.18-21


O Brasil e o mundo vivem hoje uma crise ética nos seus mais profundos setores, sejam político, econômico, social etc...,

E posso dizer que o principal e o grande fator que contribui para esse aprofundamento da crise foi e é o afastamento da centralidade de Deus. O ser humano foi gradualmente tirando a centralidade de Deus e focando em si próprio, ele é o centro.

Há uma frase na filosofia que diz que o homem é a medida de todas as coisas, mas o ser humano não é um absoluto, ou seja cada um tem “medidas” com que medir diferentes, então a centralidade no homem nos trouxe ao relativismo absoluto de todas as coisas, uma vez que cada um tem a sua verdade.

Tenho a convicção de que qualquer medida que venha de padrões humanos será meramente paliativa pq a crise que o homem vive não é social, mas metafísica.

Metafísica pq o homem afastou-se da centralidade em Deus, Paul Tillch em sua TS afima que o homem que perde a centralidade em Deus vive um processo de alienação, e é isso que vemos hoje em dia.

É dentro desta crise da sociedade que a Igreja de Cristo vive, observamos a noticias em telejornais, jornais e revistas cada vez mais chocante, Paul Tillich diz ainda que não somente os que cometem atrocidades são culpados, mas os que assistem a esta violência e até os que sofrem# :.

“Os cidadãos não são culpados pelos crimes cometidos em sua cidade, mas são culpados como participantes do destino do ser humano como um todo e do destino da sua cidade em particular, pois seus atos, nos quais sua liberdade estava unida ao destino, contribuíram para formar o destino do qual participam. “
Ou seja, todos nos temos uma responsabilidade pelo destino da nossa sociedade.

Mas faço toda esta introdução para dizer que existe apenas um caminho para o ser humano sair desta alienação em que vive, é voltar a estar na centralidade de Deus.
Isto que estou dizendo não é nenhuma novidade, e já foi dito a mais de 3.000 anos, quando os israelitas tiveram suas experiências com IAHWEH, e há muito mais tempo atrás com Adão e Eva.

Mas o objetivo não é aprofundar estes itens, que pode ser deixado para um futuro congresso de evangelismo, mas sim reafirmar esta verdade: Todos necessitam da Graça de Deus.

Bem é ai que entramos, como mordomos e representantes desta Palavra de Deus, foi dada a Igreja de Cristo a prerrogativa de levar estas boas novas o evangelho da graça, prerrogativa esta que até os anjos desejavam.

Porém esta pequena introdução leva-nos conseqüentemente a questão seguinte, o que temos feito para expandir o reino de Deus e sua Justiça?

Tito Paredes, missionário peruano, um dos oradores do 3º Congresso latino-americano de Evangelização (CLADE III) afirmou# :

“Como cristãos evangélicos todos nos concordamos em que a missão da Igreja é, em grande parte, a sua própria razão de ser. A Igreja vive para proclamar e viver o Evangelho do Reino de Deus em toda a sua amplitude e integridade, dentro e a partir do contexto em que ela se desenvolve.”

Acredito fortemente que Missões deve ser um dos carros chefes da Igreja, e quando falo missões digo missões e evangelismo. Uma Igreja que não tem em sua agenda uma ação forte com objetivo missionário e evangelistico deve repensar a luz das escrituras suas prioridades.

A Igreja de Deus no Brasil, está há algum tempo pensando mais fortemente neste assunto, é claro que este sempre foi um ponto importante, uma vez que a própria igreja no brasil também é de origem missionária, mas acredito que estamos perto de darmos um salto qualitativo neste ponto.

Eu digo que a Igreja de Deus no Brasil tem uma vantagem muito grande no aspecto de missões e evangelismo:

1ª Há pessoas comprometidas com este objetivo e,

2º somos uma denominação transnacional, ou seja, estamos em boa parte do pais, e em uma parte considerável do mundo.

Quero trazer um exemplo do que estou dizendo, eu trabalho no HSBC Bank Brasil S/A, e primeiro quero trazer uma singularidade com relação ao nome, o HSBC Bank Brasil é uma parte do conglomerado HSBC Bank, que está presente em 82 paises no mundo, e a instituição faz questão de deixar isso claro, dizendo que isso é Sua Vantagem Global, isso passa a representar uma vantagem para o cliente e para o próprio banco que tem noção de sua realidade local, e que em cada região de cada pais, pode contar com uma estrutura mundial por trás, dando apoio.

A comparação que quero fazer aqui é que o Dpto Nacional de Missões tem o papel de ser também o portador desta vantagem global da Igreja de Deus no Brasil, ela tem o objetivo de canalizar os esforços de cada igreja regional para o objetivo de missões, organizando, apoiando e estruturando aos projetos de missões.

Isso faz com que possamos utilizar todo o potencial de uma Denominação do tamanho da nossa, para projetos que estejam alinhados com a visão da Nacional.

Acho que estamos no caminho certo, porém para atingirmos aquilo que Cristo pede de nós necessitamos de dois fatores:

Missões não deve ser simplismente uma obrigação, deve ser algo que eu deseje grandemente, para estar comprometido com missões eu tenho que estar comprometido com pessoas, devo olhar para a sociedade como Cristo olho para o povo, se a miséria ética, moral, social e material em que as pessoas vivem não me comover, não há compromisso com missões.

Missões não é temporário, enquanto estivermos nesta terra, missões deve ser constante em nossa vida, o nosso compromisso com missões não pode se limitar a um período a uma campanha,

Se no nosso dia a dia como cristãos estivermos atentos a estes dois pontos creio que estamos em bom caminho, e poderemos responder facilmente a pergunta lá do inicio: O que estou fazendo por Missões?

Um Departamento Nacional de Missões não faz nada sem a parte por menor que seja de cada um de nós.
Aproveitando este ponto, e para finalizar, quero salientar um trabalho apoiado pelo departamento de Missões que é a Família Missiolino.
A Família Missiolino é um projeto ainda pequeno, que esta engatinhando, mas que apresenta boas perspectivas. A Família Missiolino não é um objetivo em si, mas sim um meio para se atingir dois objetivos, que são:

1º Despertar o interesse em apoiar missões por toda a família cristã, cada personagem do desenho apóia missões de uma forma a mãe apoiando e criando eventos para apoiar missões, o pais contribuindo financeiramente e o filho que tem o desejo de ir para o campo missionário. Estes personagens podem ser utilizados para demostrar de forma lúdica como cada um pode fazer a sua parte, ou seja toda a família pode e deve estar comprometida com missões.

2º Levantar fundos para o Depto Nacional de Missões , através de venda de camisas, fantoches, e outros produtos que estará sendo desenvolvido. Estes produtos servem alem levantar fundos, divulgar o nome da Igreja e do Depto de Missões.

A família missiolino passa a ser então não o logotipo do dpto de missões, mas sim a idéia do compromisso de cada um com Missõs. Símbolo da união de toda a família cristã em prol de um objetivo comum, que é levara a Palavra de Deus a todos os povos e nações.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Um chip capaz de aprender - e se lembrar

Achei muito interessante, sei que foge um pouco ao tema do blog (ou não...) mas não resisti.

A matéria é do site da Sientific American, onde pode ser lido o texto completo.


Um chip capaz de aprender - e se lembrar
Cientistas israelenses gravam lembranças múltiplas e duradouras em uma cultura de neurônios, abrindo caminho para máquinas "ciborgues"
por Nikhil Swaminathan

Chip de neuromemória de primeira geração? Cientistas israelenses tomaram o primeiro passo importante para demonstrar que uma rede de neurônios fora do organismo pode ser estimulada para criar lembranças múltiplas e duradouras
Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv demonstraram que neurônios cultivados fora do cérebro podem ser gravados com lembranças rudimentares múltiplas que persistem por dias, sem interferir em outras, nem apagá-las.

"A maior conquista foi o fato de termos alterado a função dos neurônios inibitórios" para estimular padrões de memória, diz Eshel Ben-Jacob, autor principal da pesquisa publicada na Physical Review E. "Provavelmente fizemos com que a cultura de células desencadeasse o modo coletivo da atividade que é possível".

Segundo Ben-Jacob, os resultados abrem caminho para a criação de um chip de neuromemória que poderia ser aliado ao hardware de computadores para criar máquinas "ciborgues" capazes de realizar tarefas como detectar toxinas perigosas no ar, permitir que os cegos enxerguem ou ajudar alguém que sofre de paralisia a recuperar parte ou todo o movimento.

Ben-Jacob ressalta que todas as tentativas anteriores de desenvolver memórias em cultura de neurônios(neurônios e suas células gliais auxiliares e isolantes) muitas vezes envolveram o estímulo de sinapses (conexões entre células nervosas). Os chamados neurônios excitatórios, que amplificam a atividade cerebral, representam quase 80% dos neurônios no cérebro; os neurônios inibitórios, que "freiam" a atividade, constituem os outros 20%. Estimular células excitatórias com substâncias químicas ou impulsos elétricos faz com que elas disparem seus próprios sinais elétricos para neurônios vizinhos.

De acordo com o autor do estudo, as tentativas anteriores de fazer com que as células criassem um padrão repetido de sinais enviados de um neurônio para outro em uma população de células - o que os neurocientistas acreditam constituir a formação da lembrança no contexto de realizar uma tarefa -, eram focadas nos neurônios excitatórios. Os experimentos falharam porque resultaram em uma atividade aumentada aleatoriamente, que não imita o que acontece quando uma nova informação é aprendida.

sábado, 9 de junho de 2007

8º Congresso Nacional de Líderes da Igreja de Deus no Brasil.

Ocorreu dos dias 07 a 09 de Junho o 8º Congresso de Líderes da Igreja de Deus no Brasil, e estive participando com a palestra "A importancia de Missões : Perspectiva e Ações da Igreja de Deus no Brasil." (estarei postando este texto em breve) e no grupo de discussão sobre EBD de Jovens. Fiquei extremamente feliz com o nível de receptividade dos líderes com as propostas colocadas, e com as sugestões levantadas e os debates.

Creio que como Igreja em unidade estamos caminhando na direção certa, e não devemos deixar morrer esta sede de desenvolver e divulgar a nossa denominação, muitas das idéias e sugestões que surgiram nestes dias devem ser postas em prática de forma rápida.

Como disse algumas vezes durante o encontro, "O que fazer já sabemos, agora necessitamos definir como fazer, e ai, fazer."

Gostaria de salientar também o empenho de toda a liderança envolvida na produção deste evento, posso garantir que a parte mais fácil foi apresentar as palestras e cursos, que somente aconteceram face ao empenho de pessoas dedicadas a causa de Deus. Deus os abençoe.

Soli Deo Glória.

Críticos e Críticas

É incrivel a quantidade de críticos da Igreja, que estão "fora da Igreja".

Acredito que a Igreja tem uma série de pontos que devem ser revistos, reformados e ajustados, não estou procurando desculpas para isso, mas, criticar a Igreja estando "fora da Igreja" fica fácil.

Creio que a maoiria dos problemas já são conhecidos por todos, necessitamos agora trabalhar para solucioná-los, e se quero solucionar os problemas da Igreja devo solucioná-los dentro da Igreja, ficar apenas gritando pode alertar, mas para modificar é necessário trabalho, e trabalho árduo, dedicação, empenho e desgaste, criticar e assistir o fantático todo o domingo, até eu !!!!!

Soli Deo Glória.

sábado, 19 de maio de 2007

Qual a resposta cristã para a crise ambiental?

A reflexão teológica e as concepções históricas do pensamento cristão estão constantemente passando por reflexões, transformações, reinterpretações e contextualizações da mensagem dos Evangelhos. Estas constantes reinvenções teológicas normalmente se estabelecem dentro de um contexto histórico-social, onde o pensamento e o conceito de sociedade conceito de sociedade merecem e/ou de uma interpretação cristã da realidade e que deve ser feita de maneira critica e criteriosa, não necessariamente dogmática, mas dialeticamente cristã.

A grosso modo dividi em 5 grandes temas em que seria possível a inferência teológica :

- Ética

- Capitalismo (não como objeto de estudo da economia, mas seus reflexos no pensamento e ação do indivíduo e suas conseqüências sociais.)

- Existencialismo - a questão do ser.

- A ontologia

- O Ser de Deus.

Apesar de que em menor ou maior grau (salvo alguns itens) todos podem ser relacionar e algumas vezes correlacionar. Há um tema que sempre foi objeto de alguma preocupação da minha parte e transpassa a todos os demais.

A crise ambiental pelo qual estamos começando a passar é antes de tudo um problema ético, com impactos diretos no modelo capitalista moderno, implicando em profundas alterações comportamentais, que pode mudar a forma de entendermos a realidade e claro sendo um problema humano encontraremos reflexos no entendimento do Ser de Deus.

Porém podemos afirmar que está crise é um problema teológico?

Para tentarmos fazer esta ponte podemos dizer que na atual conjuntura, se os índices de aumento da temperatura mundial continuar correspondendo às expectativas dos cientistas, suas conseqüências serão desastrosos para manutenção da vida humana. Desta forma o ser humano, ou melhor, dizendo a humanidade será confrontada com sua possível extinção, ou seja, a destruição de toda a vida no planeta terra, transformando este problema em uma questão existencial com reflexos existencialistas, passando como já havíamos dito por problemas éticos, e também filosóficos e religiosos, além é claro de científicos/tecnológicos, e consequentemente por interrogações teológicas.

Assim sendo penso ter justificado então que este também é um problema teológico, merecendo suas reflexões e opiniões.

Temos aqui uma justificação para utilizarmos as ferramentas e métodos teológicos para examinarmos a questão ecológica, porém falta-nos agora o fundamento bíblico.

É claro que não apresentaremos inferências com relação as questões cientificas, apenas utilizaremos suas conclusões para visualizarmos um quadro mais completo do problema.

O que nos interessa aqui é: 1. entendermos o problema atual (suas causas e conseqüências) . 2. verificarmos se há alguma orientação bíblica com relação ao problema ecológico. 3. definir a posição que o cristão e a igreja deve adotar.

Há um conceito que perpassa todo o discurso de Cristo que é conceito de Basiléia tou theon – que é o reinado de Deus.

A Ecologia e a Bíblia

Mas qual a responsabilidade do cristão com relação a ecologia?

Apenas para fundamentarmos a necessidade e urgência de uma crítica cristã com relação ao descaso com o meio ambiente citamos Gênesis 1.24-31

A CRIAÇÃO DOS SERES VIVOS

24 E disse Deus: Produza a terra seres viventes segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis, e animais selvagens segundo as suas espécies. E assim foi.

25 Deus, pois, fez os animais selvagens segundo as suas espécies, e os animais domésticos segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.

26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.

27 Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criaram.

28 Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.

29 Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento.

30 E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todo ser vivente que se arrasta sobre a terra, tenho dado todas as ervas verdes como mantimento. E assim foi.

31 E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.

A palavra em evidência aqui é dominar que significa em hebraico

radah

1) governar, ter domínio, dominar, submeter

1a) (Qal) ter domínio, governar, subjugar

O primeiro termo é governar, em seguida dominar, e em terceiro ponto submeter.

Para entendermos melhor o significado desta palavra vamos aprofunda-las um pouco mais:

Governar: 1. dirigir pais, estado etc. 2. administrar 3. controlar, conduzir 4. orientar-se por 5. cuidar de seus interesses.

Dominar: 1. exercer poder ou influencia sobre (algo ou alguém) 2. estar acima de 3 conhecer (algo) 4. reprimir(-se)

Submeter: 1. (fazer) obedecer 2. render-se 3 tornar objeto de.

Pelos significado que acabamos de enumerar notamos o gral de importância que o significado de submeter tem.

Até a pouco tempo poderíamos olhar o significado de submeter ao de usar os recursos naturais em benefício próprio, ou seja o ser humano tendo a natureza para servi-lo, aos seus desígnios. Bem em parte esta interpretação está correta e até condizente com o que o texto bíblico nos relata.

Porém hoje podemos afirmar que está é uma visão reducionista e egoísta do termo dominar, se entendemos que este conceito está correlacionado com administrar.

Bem aqui temos dois conceitos que aparentemente estão em conflito:

- O primeiro seria o conceito de Deus como providente. Deus como sendo aquele que está sob a direção do Universo. Que tem tudo sob controle.

- Outro é o indicativo de que estamos caminhando para um período de grandes perturbações ecológicas com reflexos na economia, em conflitos (guerras, êxodo etc...) sociais (o sofrimento de grande parte da população), a extinção de grande parte da flora e fauna, e um risco acentuado da extinção do próprio ser humano.

--- Pessoalmente já vivenciei períodos em que este alerta para com relação destruição do ser humano, ocasionado por ele mesmo já ocorreram.

Desde a 2ª guerra mundial, a guerra convencional ( ou seja aquela em que pode ocasionar um dano restrito) deixou de ser a única opção para o desejo de destruição do individuo. No próprio desenrolar da querra foram projetadas construídas armas muito eficientes e com alto grau de desenvolvimento tecnológico (ver Luftwaffe secret projects), as V2, V3 etc.... Mas nenhuma arma deu um poder tão grande ao homem como o advento da bomba atômica, o grau de destruição foi maximizado com o advento da fissão do átomo. Mas não parou por ai, cada vez foram construídas armas com um poder maior, veio a bomba de hidrogênio, e o arsenal mundial destas armas possibilitou que o ser humano a façanha de poder destruir o mundo 5 vezes.

Lembro-me que durante a década de 80, iniciou-se campanhas e debates para a redução do armamento atômico mundial, e em meados da década de 90 saiu um filme intitulado “ O Dia Seguinte”, que relatava um cataclisma nuclear, a maior parte do filme ocorria nas conseqüências para os sobreviventes de uma guerra nuclear. Assim que este filme foi lançado no Brasil fui assistir. Sai do cinema profundamente abalado, com a absoluta certeza que, ocorrendo uma guerra atômica o melhor que poderia me acontecer seria morrer em uma explosão, porque o dia seguinte para os que sobrevivessem seria muito pior.

Bem com o advento da queda do muro de Berlim, e o fim da guerra fria este fantasma de destruição ficou mais brando.

Porém conseguimos criar outro “O aquecimento global”.

Na verdade então quando disse que pontos conflitantes entre a soberania de Deus e os eventos que estão ocorrendo, há um elemento faltante nesta equação, o ser humano. Como vimos no texto bíblico que foi lido, cabe ao ser humano a administração deste planeta.

Não cabe neste momento entrarmos em discussões teológicas com relação aos atributos divinos e o livre arbitro do homem, mas sim nos atermos ao tema objeto desta palestra.

Bem até aqui, creio que consegui fundamentar com certa consistência a relevância teológica que o assunto tem, o que nos possibilita passarmos para o segunda parte :

O que é o efeito estufa? O que o aquecimento global tem haver com isso e qual seu impacto para o planeta terra.

As informações abaixo foram tiradas do site do Estadão – Matéria especial Efeito Estufa.

1 - O que é o efeito estufa?

Alguns gases presentes na atmosfera da Terra, como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o vapor d’água têm a propriedade de deixar passar a luz do Sol que chega ao nosso planeta, mas de bloquear os raios infravermelhos gerados quando essa luz aquece a superfície. Com isso, a Terra deixa de devolver ao espaço parte da energia que recebe. Esse é o chamado efeito estufa.

2 - E o que há de mal nisso?

Embora um pouco de efeito estufa seja necessário para manter a temperatura da Terra em níveis confortáveis para a maioria das formas de vida – incluindo seres humanos -, a industrialização acelerada, a partir do século 19, vem jogando cada vez mais CO2 na atmosfera da Terra, o que tende a aprisionar cada vez mais calor em nosso planeta.

3 - Isso já aconteceu em algum outro lugar?

No Sistema Solar existe um exemplo de efeito estufa descontrolado: o planeta Vênus, onde a alta concentração de CO2 da atmosfera mantém a temperatura da superfície alta o suficiente para derreter chumbo. Em Vênus quase não existe água, e as nuvens são de ácido sulfúrico. O calor é tanto que, quando chove – ácido – as gotas evaporam antes de tocar o solo.

4 - O que pode mudar ainda neste século?

Embora a transformação da Terra em um novo Vênus ainda não conste nem das previsões mais pessimistas, não seria necessária uma mudança tão radical para que os efeitos do aquecimento global venham a ser prejudiciais para a ecologia em geral e para a humanidade, em particular. Entre as possibilidades levantadas por cientistas, estão o degelo do Oceano Ártico, por volta de 2040, e a transformação de amplas regiões, incluindo a Amazônia, em desertos até o final deste século.

5 - O que se pode fazer a respeito?

O CO2 que chega à atmosfera por atividade humana vem, principalmente, da queima de combustíveis como a gasolina e o carvão. Reduzir o uso desse tipo de energia é importante, mas há controvérsias quanto à melhor forma de fazê-lo: se impondo limites em lei, estimulando o desenvolvimento de novas tecnologias ou adotando alternativas já existentes, como a energia nuclear. Cada idéia tem críticos e defensores.

6 - Onde posso encontrar mais informações?

IPCC
http://www.ipcc.ch

Organização Meteorológica Mundial
http://www.wmo.ch/

Goddard Institute for Space Studies (Nasa)
http://www.giss.nasa.gov/

Hadley Centre
http://www.metoffice.gov.uk/research/hadleycentre/

Greenpeace
http://www.greenpeace.org.br/

Após esta breve explicação podemos passar então para o próximo passo da nossa discussão :

O que podemos e devemos fazer?

Bem como havia dito no inicio desta apresentação o problema ambiental passa pela questão ética, existencial, econômica e teológica.

Primeiramente como cristãos temos que ter uma posição e uma cosmovisão bíblica correta face ao bom uso dos recursos naturais. Hoje a humanidade já utiliza 20% a mais do que o planeta consegue recuperar, ou em outras palavras estamos sim destruindo a nossa casa.

Temos que entender que o modelo econômico atual (falo do capitalismo extremado) é extremamente danoso, não somente para o planeta terra, mas também para o indivíduo, o exesso de consumismo, a idolatria por bens de consumo, o alto grau de competitividade em que somos impelidos está destruindo as mais básicas estruturas de convívio social.

Mas disso tudo podemos tirar uma pergunta, que nos remete a questão ética.

Queremos continuar a história humana? Aqui ainda podemos fazer um complemento: Se queremos, em que níveis de dignidade esperamos que ela continue?

Sempre há uma pequena alternativa salvadora para os detentores do poder, seja financeiro e ou político, é sabido que as populações que sentirão o maior impacto do aquecimento global são as com menores recursos, os prognósticos de guerras e êxodos que possam ocorrer pelo desequilibro ecológico são muito grandes.

Por fim mas como não poderia deixar de ser a pergunta ética nos remete a uma questão teológica:

Nós como cristãos estamos obedecendo a Deus no que tange ao cuidado com o planeta?

E em que grau é essa nossa responsabilidade?