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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Um verdadeiro Caráter Cristão



Por vezes adotamos uma aparência cristã externa, agimos, aparentamos e até em muitas questões agimos com um caráter cristão.

É claro que devemos dar exemplo de postura cristã, mas Jesus está mais interessado em nosso interior do que no exterior, isso fica claro quando ele afirmou para os fariseus:

Lucas 11:37-40

“37 Quando Jesus acabou de falar um fariseu o convidou para jantar na casa dele. Jesus foi e sentou-se à mesa. 38 O fariseu ficou admirado quando viu que Jesus não tinha se lavado antes de comer. 39 Então Jesus disse a ele:

- Vocês, fariseus,lavam o copo e o prato por fora mas por dentro vocês estão cheios de violência e maldade. 40 Seus tolos! Quem fez o lado de foram não é o mesmo que fez o lado de dentro?”

Se observarmos os versículos anteriores veremos que Jesus estava falando a algum tempo, possivelmente este fariseu estava ouvindo-o atentamente. E após Jesus finalizar, ele o convidou, juntamente com outros mestres da Lei[1] para jantar em sua casa.

Interessante os conceitos que temos aqui.

Primeiro Jesus foi jantar na casa de um fariseu, sabemos que os fariseus não morriam de simpatia por Jesus, e Jesus sabia disso. Jesus conhecia os conceitos teológicos dos fariseus, principalmente seus rituais, então o que vemos é que Jesus aceita jantar na casa de um fariseu, não se importa com que seus seguidores estarão pensando, Jesus aceitou o convite com naturalidade, e animadamente assim que chegou sentou-se a mesa, a espera do jantar.

Ai está o primeiro choque, o texto diz que o fariseu ficou admirado quando viu que Jesus não tinha se lavado.

A questão de se lavar antes de refeição não tinha um caráter higiénico, para os fariseus era muito mais como observação religiosa, era um ritual[2] para tirar a impureza da pessoa[3]

Essa questão já havia sido levantada com relação aos seus discípulos inclusive, Jesus possivelmente sabia que iria ser questionado novamente.

Nesse momento Jesus identificou a postura do fariseu, e claro expôs novamente o conceito do que mais importante que aparência é a essência. Nada adianta ter a aparência de puro, se o interior não condiz com essa aparência. Para muitos daqueles fariseus, senão para todos, o que mais incomodava era justamente que Jesus não seguia os seus “manuais” mas assim mesmo o povo o via como alguém especial, alguém quem deveriam ouvir.

Aquele fariseu estava sob o peso das convenções religiosas, para ele o ritual, o simbolismo externo assumiu um fim em si mesmo, ou seja, o que fazia sentido era a sua representação externa e não a interna, este é o grande perigo de vivermos um cristianismo institucional.

Deus vê a intenção do nosso coração, além da demonstração externa de religiosidade.

De nada adianta falarmos de caráter cristão se antes não falarmos de experiência interior cristã, e isso parece-me claro uma vez que entendo estarem os dois unidos.

Aquele fariseu convidou Jesus para jantar com ele, esperando que Jesus se adaptasse ao seu modo de viver, mas Jesus não se adapta ao nosso meio de viver, se queremos “Jantar” com Jesus devemos estar preparados para aceitar o que Jesus nos ensina. Se quero ter um caráter cristão tenho que estar preparado para ouvir coisas que não gostaria, por parte de Deus.

Aquele fariseu não necessitava de limpeza externa, de rituais, ele necessitava de transformação interna.

O Moderno cristão aparente.

Hoje vivemos muito preocupados com nossa aparência, diz um ditado que o hábito faz o monge, infelizmente isso é quase um padrão nos nossos dias.

Não necessitamos ser honestos, basta termos a aparência de honestos, (vide nossos políticos) mas o mais grave é que trazemos muito destes conceitos para dentro das igrejas, e para dentro de nossas vidas.

Não estou dizendo que devemos descuidar da aparência, somos regidos por uma certa estética, que não deve extrapolar seus limites, nem pra mais, nem pra menos, tampouco devemos apenas julgar pelas aparências (afinal as aparências enganam).

O que fica claro para nós é que o caráter cristão se forma de dentro para fora e não de fora para dentro, então para ter um caráter cristão devo olhar para o caráter e vida de Jesus. E talvez ai é que comecem nossos problemas, muito do que Jesus fez nos choca, apesar de admirarmos seus atos nossa religiosidade acaba não permitindo que façamos o mesmo. Mais do que formulas quero que façamos uma reflexão, que olhemos para dentro de nós mesmos, e perguntemos: Tenho um verdadeiro carátercristão?

Para responder-mos isso tenho que fazer outra pergunta : Estou mais preocupado com o que Deus quer, ou com o que as outras pessoas esperam de mim? Enfim estou mais comprometido com os valores do Reino de Deus ou com os conceitos da nossa sociedade?

Jesus se apresentou e se apresenta como um paradoxo, i.e. a aparente falta de nexo ou de lógica, algo que contém uma contradição, senão o que dizer do homem que comia com estelionatários, bebia com agiotas e falava para prostitutas, tolerava aparentemente tudo em todos. “Eu não condeno você”, ele ousou falar aos ouvidos da mulher adúltera. O rabi puxava conversa com divorciadas promiscuas, pousava sua mão sobre leprosos de que todos desviavam o olhar e dormia nas camas rendadas de inimigos do povo.[4] Como diz Paulo Brabo em seu texto Em seis passos que faria Jesus[5] :

“O sujeito conseguiu o feito inédito de sustentar a fama de homem de Deus ao mesmo tempo em que abraçava os puxadores de fumo, traficantes, travestis e aidéticos do seu tempo”.

Se estas palavras nos chocam, imaginem então o agir de Jesus em seu tempo. Se estivermos mais preocupados com nossa reputação do que com os valores do Reino, pode ter certeza que ainda não temos um caráter cristão bem formado. E podem ter certeza que estar comprometido com os valores do reino exige sim um grande esforço.

O teólogo Karl Bart em seu livro “Esboço de uma Dogmática”[6], no capítulo 13 intitulado “Nosso Senhor”, afirma sobre a relação entre Jesus e a forma de aceitação do seu discurso pelo homem:

“A existência do homem Jesus Cristo é, em virtude da sua divindade, a decisão soberana sobre a existência de todo o homem. Ela está baseada no fato de que, pela dispensação de Deus este alguém representa tudo e, portanto, tudo está ligado e subjugado a este Alguém. Sua comunidade sabe disso. E é isso que deve ser proclamado ao mundo”.
A Caminhada

Adquirir um caráter cristão, seguindo o modelo de Jesus, não nasce da noite para o dia, muitos acham que podem ser transformados da noite para o dia, creio sim que quando aceitamos a Cristo

opera em nós uma grande mudança interna, passamos a enxergar o mundo e a vida com outros olhos,

sobre o prisma da eternidade e de Jesus, mas isso não dispensa a nossa caminhada e o cuidado com o

nosso ser. Tanto não dispensa que os primeiros cristãos não eram conhecidos como cristãos, mas

eram chamados de os seguidores do caminho, somente isso já demonstra que devemos seguir uma

senda, uma trilha uma direção, que é apontada por Jesus.

Somos bombardeados constantemente com ações da nossa sociedade, em nossos lares poderosos meios de comunicação em massa entram sem pedir licença, via internet, via rádio, via tv este ultimo ainda é o mais avassalador meio de influencia já criado pelo homem, possivelmente a internet irá passar a tv a médio prazo, mas hoje nos somos muito influenciados por esse meio de comunicação, e através dele recebemos os mais diversos conceitos, somos pressionados em nosso trabalho, somos confrontados por nossas necessidades e passamos por um processo de comparação competitiva com outros, cada vez mais somos exigidos como maridos, profissionais, pais, amigos, temos que nos desdobrar para acompanhar o ritmo da vida moderna.

E muitas vezes são justamente estes fatores interiores e sociais que nos tiram o foco e a noção da profundidade do que é ter um caráter cristão. Não é difícil em certas circunstâncias abrir mão de conceitos cristão em prol de alguma necessidade, ou ganho próprio, não podemos esquecer que estaremos sendo provados em nossa firmeza cristã quase que diariamente, e se não tivermos um profundo comprometimento interno com os conceitos cristão, essa troca, de abrir mão destes conceitos para um ganho próprio fica fácil, basta ninguém estar vendo.

Não estou dizendo que não podemos cair, ou perder o alvo de vista, todo este contexto da vida contemporânea nos leva a uma ultima questão:

Até que ponto conseguimos seguir o exemplo de Jesus? Quais são os principais entraves para que cheguemos a estatura de varão perfeito, ao exemplo de Cristo? Hoje, a mais de dois mil anos do nascimento de Jesus, é mais difícil, mais fácil ou igual à sua época para espelhar-nos em sua vida e seguirmos seus exemplos? Até que ponto conseguimos despir-nos dos nossos medos, conceitos e pré-conceitos, até que ponto conseguimos viver sem a opinião de terceiros, sem estarmos constantemente preocupados com o que vão achar de nós, dos nossos atos, das nossas altitudes até que ponto estamos preparados para amarmos uns aos outros, amarmos nossos inimigos, de não acumularmos riquezas, de dividirmos o que temos?

O que Jesus pede de nós, não é simplesmente deixarmos de sermos "humanos demasiadamente humanos", afinal nosso instinto, nosso inconsciente rugem, clamam pela nossa integridade física e moral. Como posso despir-me de todas as garantias de vida, não amealhar fortuna para os tempos em que se faça necessário, dividir ou dar o que tenho para quem tem menos que eu, servir, ao invés de ser servido, humilhar-me ao invés de ser exaltado. E como dói ao perceber quanto estou longe do meu Mestre como é duro saber que ainda somos humanos demasiadamente humanos.

Como seguí-lo, em uma sociedade que lhe mede pela quantidade de bens que se possui, em que ser um fracassado é não possuir riquezas? Jesus enquanto homem vivia humildemente, não tinha sequer um travesseiro para repousar a cabeça não tinha uma montaria para se locomover, a não ser quando lhe emprestavam um burrico, não tinha uma casa, muitas vezes dormia ao relento, Jesus pelos nossos padrões poderia ser considerado um fracassado? Imagine o redentor da humanidade, o Filho de Deus,era um fracasso???

Poucas vezes paramos para pensar o quanto é difícil para nós abrirmos mão do que temos, o quanto nos dói abrir mão de nossas mágoas, de nossas âncoras de tudo aquilo que nos mantém presos a um materialismo mesquinho, o que Jesus nos mostra é o verdadeiro caminho, mas como dói em meu peito constatar que para mim é tão difícil abrir mão de todas as coisas que muitas vezes me afastam deste caminho.

Você já experimentou só imaginar dividindo tudo que você tem inclusive suas roupas seus sapatos, os brinquedos dos seus filhos, as jóias de sua esposa. e ir ao encontro de seus inimigos, seus desafetos, e pedir perdão por tudo que você fez? Você consegue se imaginar repartindo tudo que tem e dividendo com pessoas que moram na favela perto de sua casa? Você pensaria em morar lá para levar os ensinamentos de Jesus para este povo tão carente e sofrido? Você consegue se imaginar amando essas pessoas que em muitos casos não tem água para tomar banho? que sofrem das piores doenças? Que não tem esperanças?

Ah, Jesus! muitos vão dizer que isto é besteira que o Senhor nunca pediu isto, mas Jesus, é vendo tudo o que o Senhor fez, falou e viveu, que eu posso entender o quanto ainda sou humano, demasiadamente humano e quanto tenho que caminhar para poder chegar aos seus pés.

Pr. Roberto Rohregger



[1] Podemos perceber que haviam outros representantes da Lei na casa pelo vers. 45

[2] Marcos 7:3-7

[3] É claro que sabemos teologicamente que Jesus não necessitava de nenhum ritual para purificação, mas também sabemos que Jesus participou de alguns rituais que não teria teologicamente necessidade sendo ele Deus, como por exemplo, o batismo.

[4] Paulo, Brabo – Em seis passos que faria Jesus em www.baciadasalmas.com.br

[5] idem

[6] Barth, Karl – Esboço de uma Dogmática, Ed. Fonte Editorial, pg. 123

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A verdadeira evolução humana.


Engana-se quem acha que a demonstração da evolução do ser humano se dá pela sua capacidade técnico-científica. 

A verdadeira demonstração de superioridade evolutiva da humanidade se dá através do aprimoramento dos conceitos éticos e da concepção de transcendência da vida. 

O homem evoluído terá nestes parâmetros as suas diretrizes para o bem viver. 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O risco do cristianismo pós-moderno.





 Cada vez mais entendo que como cristãos devemos nos afastar do modelo econômico neoliberal. Este é um sistema exclusivista, que mede o ser humano por valores consumistas e mostrou-se, além de tudo, sujeito a ondas de instabilidade. 


Mas principalmente porque creio que este modelo e seus valores são antagônicos ao cristianismo. O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males... isto esta cada vez mais claro, era assim a mais de 2000 anos atrás e é assim hoje também.

Afirmo taxativamente, baseando-me nos ensinos de Jesus o Cristo, que a busca pela riqueza é um vício e desta forma é um pecado, no sentido de afastar-nos de Deus e de apresentar um valorização distorcida do ser humano e da vida.

Sei que muitos não vão gostar destas palavras, mas estou cansado de meias palavras, falar com cuidado para não ferir o “status quo” religioso. 

A teologia da prosperidade é uma farsa e não merece ser chamada de ensino cristão, tampouco os que a pregam de seguidores do caminho. Hoje mesmo tive o desprazer de assistir parcialmente a uns três programas “evangélicos”, onde se oferecia perfume ungido para fisgar namorado, onde se ensinava a determinar e outros amuletos, mas não ouvi em nenhum momento falarem de Jesus. Gritos, palavras de ordem e sermões vazios, amuletos, compra de bênçãos, desejo de poder, e riqueza, eu pergunto qual a diferença da igreja católica da época de Lutero, para as igrejas que oferecem estas “relíquias”???

Não estou fazendo apologia a pobreza e miséria, como muitos podem afirmar, mas a volta para valores simples do cristianismo, mesmo porque o juízo sobre a nossa forma de viver está chegando, e a conta mais cara será paga pelas próximas gerações.

Nossas igrejas estão cheias de gente vazia.... o cristão está conformado a viver na mediocridade, isto é ir levando a vida. Vou ao culto no fim de semana, buscar a minha benção, e depois volto para casa sem fazer diferença nenhuma, fazemos cultos de jovens para seu entretenimento, mas não os ensinamos a fazer diferença, a terem uma posição critica, os criamos em uma bolha de vidro.... 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Pátria amada... será?


Cunha está apostando todas as fichas em uma manobra que tem o único objetivo tirar o foco sobre as investigações do dinheiro que ele tem em contas no exterior. Uma ação democrática não deveria ter como principal objetivo interesses pessoais, e, é claro que ele tomou esta decisão após reunir-se com seus afiliados e opositores ao governo atual. Pois bem, com certeza há um acordo costurado para ele dar continuidade ao processo de impeachment, como não conseguiu o que queria com o Governo, negociou sua cartada com a oposição. Citando Machiavel, será que os fins justificam os meios? Ou será que fazendo as concessões que estão sendo feitas não seria a mesma coisa que tentar vencer o demônio vendendo a alma para satanás? Quem corre maior risco neste jogo todo é o processo democrático e o Estado de Direito, que se façam as investigações necessárias para se provar que houve ilegitimidade da eleição da Dilma, que se apresente as evidências e pronto. Mas da forma como está sendo feito, tudo indica apenas um complexo jogo de interesses e estes interesses não tem nada haver com os da nação, ao contrário atende a lobbies e indivíduos profundamente articulados e que fazem parte daqueles que estão destruindo a nação e com as possibilidades de desenvolvimento das gerações futuras que por ventura ou desventura nascerem neste solo. Mais de 500 anos de colonialismo e continuamos sendo explorados, apenas mudaram os senhores....Mas os sonhos deles continuam os mesmos : explorar o máximo possível destas terras inóspitas e voltar com as burras cheias para a Europa lugar de gente bonita e civilizada.....O problema do nosso país é a falta de um projeto de nação....

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Biologia Sintética, potencialidades e riscos



 A biotecnologia através da engenharia genética utilizando-se das técnicas de DNA Recombinante e mais recentemente da Biologia Sintética apresentam não apenas ganhos mas também podem acarretar riscos significativos para os seres humanos. Além de contribuir para uma radical visão mecanicista dos processos de geração de vida, ainda não de todo compreendidos.
Novos questionamentos éticos nascem destas pesquisas, que apontam para a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre os aspectos envolvidos bem como os seus resultados e aplicações.
No link abaixo você poderá ler um pouco mais sobre a pesquisa que venho desenvolvendo nesta área. 

domingo, 22 de novembro de 2015

Viver a vida pela perspectiva da morte....


Este é um tema importantíssimo para o debate. Vivemos em uma sociedade (que aliás já foi prevista...) que valoriza extremamente a juventude, envelhecer parece que é desleixo da pessoa, daí tratamos os idosos com uma infantilidade surpreendente... fico pasmo ao ver como grupos de idosos são tratados em passeios turísticos. Não reconhecer o valor de cada fase da vida é parar em uma fase que não poderá mais ser vivida e não viver a qual está passando, ou seja é ser plenamente frustrado consigo mesmo. É claro que algumas vezes todos nos pensamos, há como seria bom ter 20 anos novamente... mas será que seria mesmo? Sentimos a falta do vigor da juventude para impulsionar o que a nossa experiência vivenciou... a juventude tem sua beleza, mas também tem seus problemas. Ao tratar a velhice como uma doença, não como algo que é natural da vida, e que nos levará à inexorável morte faz com que percamos, de fato, o sentido da vida.  Vivemos uma época de alienações proporcionada pela informação, este paradoxo se reproduz de forma prática na vida vivida, já não sabemos bem o que é a vida e o que é o viver.... vivemos e morremos da forma como outros dizem de devemos viver... e desta forma de fato não vivemos a nossa vida, que deve ser resultado de reflexão e decisão pessoal. O próximo passo para a medicação total da vida é a morte entrar na CID.
Ao contrário, eu penso que a vida só tem sentido se pensada pela perspectiva da morte....

http://www.cartacapital.com.br/revista/876/envelhecimento-e-doenca-3434.html?utm_content=buffer99ddf&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer

sábado, 14 de novembro de 2015

E se Mariana fosse Marian? Ou porquê não pintei minha foto no face....




Ontem fiquei profundamente chocado com o relato das mortes e feridos, e levo minhas condolências ao povo francês. Mas também fiquei pensando em algo que já externei algumas vezes, seja na minha página do facebook ou no meu blog pessoal. 
A Europa e a América do Norte vem travando uma guerra desde 2001 ( ou provavelmente antes disso) contra o terrorismo. Bem não vou entrar em todos os aspectos envolvidos e nas raízes do que se passou a se chamar de terrorismo (conceito este muito amplo e flexível) e cabe aqui uma explicação que, do meu ponto de vista é totalmente desnecessária, mas, em tempos de politicamente correto, faz-se necessário: sou completamente contrário a ideologia do Estado Islâmico e seus atos de selvageria. Também entendo que o ISIS não representa o Islamismo, porém também reconheço que, apesar da boa vontade de muitos muçulmanos que, inclusive são partidários da paz e da convivência, o Islã tem um sério problema com relação a necessidade de formar Estados teocráticos, e que, se desejarmos realmente a paz no mundo devemos lutar por Estados laicos, (que não professem nenhuma religião e tampouco sejam ateus.) e desta forma, garantam a liberdade religiosa. 
Bem, feito todas estas ressalvas voltemos a questão principal. Como estava discorrendo, a Europa está envolvia em uma guerra, aliás uma não, quem pensa que a guerra fria acabou com a queda do muro de Berlim e a dissolução da URSS está enganado. E toda a guerra tem custos, materiais e, infelizmente, de vidas, ao Estado Frances, cabe a segurança do seu povo. Sem contar que, boa parte da confusão que o continente árabe vive hoje se deve a ação desastrosa dos EUA no Iraque, e agora mais recentemente na Síria. 
Até hoje o Iraque não conseguiu se reestruturar politicamente da invasão indevida pelos Americanos, o que transformou a região em uma balburdia intertribal. É fato notório que os EUA armaram os rebeldes sírios contra o governo de Bashar al-Assad e consequentemente acabou indiretamente armando o ISIS. E também sabe-se que a Rússia tem em Bashar al-Assad um aliado na região, então eis ai o quadro da guerra fria, que sempre tem a possibilidade de passar para uma guerra quente. Bom, e a França? A França está jogando o jogo, aliada dos EUA apoia suas investidas (para o bem e para o mal), ou acha que é apenas o espírito humanitário que movem as ações militares destes países?
Bem isto posto o que mais me incomoda é ver como a mídia e as pessoas em geral se posicionam em frente a duas tragédias o atentado a França e o desastre em Mariana, aliás o segundo só está tendo mais destaque agora por conta do ocorrido na França. E ao me perguntarem se não vou pintar a minha foto com as cores da França, digo não. E justifico, primeiro porquê entendo que isso não vai fazer nenhuma diferença, segundo porque não sou francês, terceiro porquê não mudei meu perfil nem pintei nada quando um drama terrível ocorreu no meu país com meus compatriotas. Novamente saliento meu pesar para com o povo francês, mas minha preocupação e minha atenção está voltada com aquilo que está mais próximo de mim, no meu país. 
Acho que o reflexo da quase indiferença com o que aconteceu em nosso país e com a nossa gente é a nossa visão de sermos um país menor, com uma gente menor, que talvez não sejamos tão valorosos quanto os civilizados povos europeus, visão está alias que está arraigada em nossa genética desde o descobrimento e colonização destas paragens. 
A Europa tem sim ótimos exemplos a serem seguidos, seu conceito de democracia e liberdade, mas também tem suas profundas falhas, e este conceito de tentar separar o que é civilizado (isto é o ocidente) do que é bárbaro (isto é o resto do mundo) é muito perigoso e superficial, afinal de contas a maior carnificina que a humanidade já presenciou foi causada por um dos países mais civilizados e cultos da década de 1930. 
Isto posto, digo sou Mariana, sou brasileiro, sinto a dor dos meus concidadães, fico indignado com o governo que não conseguiu dar segurança para o povo que o elegeu, com as multinacionais que exploram o solo sagrado desta nação e não satisfeitos ainda contaminam este mesmo solo por décadas…. Fico indignado como somos profundamente manipuláveis….

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A barragem em Minas e a responsabilidade



É preciso neste primeiro momento tentar minimizar (se for possível) todos os impactos desta tragédia, e em seguida apurar e punir de forma exemplar a empresa responsável. Uma ética da responsabilidade tem de ser sustentada por um arcabouço jurídico que de fato responsabilize duramente aqueles que agiram de forma imprudente e irresponsável. E não somente a empresa e seus acionistas devem ser responsabilizados mas também as autoridades que deveriam fiscalizar a manutenção e segurança da barragem. As verdadeiras vítimas desta irresponsabilidade estão soterradas ou com suas vidas irremediavelmente abaladas.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Palestras e Cursos


Entre em contato para agendar palestras ou cursos. roberto.r67@gmail.com - colocar no assunto Agenda Palestra/Curso.

Áreas :

Administração / Gerenciamento de Projetos / Gerenciamento de pessoas
Curriculum Linkedin:
https://br.linkedin.com/in/rohregger

Palestras Ética / Bioética / Teologia / Espiritualidade
Curriculum Lattes
http://lattes.cnpq.br/4652259039259322



terça-feira, 22 de setembro de 2015

Igreja como agente de transformação



A partir do momento que a Igreja se posicionar como agente de mudança, ela passa a ser um agente de mudança dos contornos da história. Desta forma o cristão passa a ter um papel decisivo na construção da história, como agente da Meta - História, desta foram através do seu agir ou da sua apatia ela tem uma responsabilidade no mundo. Ao compreender isso sua ação passaria a ser muito mais efetiva, pois tem uma meta, sua ação não ser resume em atividades religiosas, mas da adoração a Deus através de sua ação no mundo.
Faz-se urgente à mudança de mentalidade, somos e devemos ser sempre a força transformadora do mundo, possuímos as boas novas e é baseado nesta esperança da construção de um futuro, da forma como Deus apresenta para nós que devemos agir.

O futuro que Deus aponta para nós como esperança, deve ser construído sobre o fundamento do amor, é somente sobe este fundamento que se pode erguer a construção do edifício da humanidade, é este o grande resumo da criação, e este deve ser o parâmetro.

domingo, 20 de setembro de 2015

Influenciar a sociedade para um mundo mais justo.



Você não acha que está na hora da Igreja pensar e atuar um pouco mais? ...... Entre em contato para agendar uma palestra. :  roberto.r67@gmail.com




sexta-feira, 4 de setembro de 2015


Continuação da divulgação de livros e quadrinhos :)


Fé e Ciência...



Ontem assisti à apresentação sobre a formação da Associação Brasileira de Cristãos na Ciência (ABC2), realizada na Igreja Batista do Bacacheri, onde o Pastor e teólogo Guilherme de Carvalho e o Dr. Roberto Covolan discorreram sobre a formação desta associação. Achei a proposta  muito interessante.
Trata-se de formar grupos de cristãos, sejam cientistas, acadêmicos ou que tenham interesse no tema para debater assuntos relativos a fé e a ciência e possibilitar a construção de  pontes entre estes dois mundos. 

Além disto a associação também tem como objetivo fazer a ponte entre a ciência e a própria igreja para discutir e esclarecer assuntos que possam impactar a fé cristã. A Associação está construindo um site (http://www.cristaosnaciencia.org.br/) que servirá como um portal onde haverá  textos, vídeos  etc.. sobre o assunto. 

Claro que já inclui meu nome como interessado em participar deste projeto, que aliás coaduna muito com um sonho que tenho a tempo de uma instituição que forme intelectuais cristãos para influenciar a sociedade.

 Enfim, acho que já estava mais que na hora de termos uma associação que fomentasse este diálogo. 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Crises....


Estamos vivendo um momento de crise econômica e política em nosso país, mas será que não existe também uma crise no cristianismo na atualidade? 

Mas especificamente qual seria? Bem possivelmente não há apenas uma causa, mas algumas, e poderíamos listar entre as principais, o modernismo e o relativismo, a falta de conhecimento bíblico entre os que professam a fé cristã, as várias igrejas neo-pentecostais com suas teologias da prosperidade e confissão positiva, a falta de disposição dos crentes em serem mais atuantes e deixarem de serem coniventes com denominações que professam um falso cristianismo, a baixa formação dos pastores( estou falando daquela minoria que frequenta ou frequentou um seminário.) e a visão de um cristianismo atuante pelo exemplo de ação e fraqueza de discurso e não menos importante a falta de uma espiritualidade ortodoxa sadia e por fim a falta de investimento em pessoas por parte das igrejas evangélicas. 

Enfim, a crise econômica e política pode afetar muito nossas vidas, mas a crise espiritual tem a capacidade de nos paralisar completamente. 

terça-feira, 28 de julho de 2015

Livros de Teologia Parte 2

Neste vídeo estarei apresentando rapidamente alguns livros utilizados em Exegese, que constam na minha biblioteca.

São eles:

- Entendes O que Lês?  de Gordon D. Fee & Douglas Stuart; Ed.  Vida Nova, 330 pg.
- Gramática do Grego do Novo Testamento Vol. 1 e Vol. 2 de James Swetnam Ed. Paulus. 450 e 334 pg
- Aprenda o Grego do Novo Testamento de John H Dobson, Ed. CPAD 446, pg
- Novo Testamento Interlinear Grego Portugues - Ed. Sociedade Bíblica do Brasil. 978 pg.

Segue o vídeo:




O Cristão e a manipulação do divino...


Muitas vezes penso que o cristianismo como é elaborado hoje oferece mais dificuldades do que
soluções.
Não oferecemos alternativas ou sugestões para os grandes temas que afetam a humanidade, pouco falamos sobre a fome, exploração, descuido com a natureza, pobreza, política, etc,etc, etc...
Muitos irão alegar : "Mas o que podemos fazer ? somos apenas Igrejas...."
Eu diria, como ainda não fizemos nada sendo Igreja??
Não consigo ver a Igreja de Cristo, como uma entidade "parada", sem ação, olhando a sociedade trilhar seu caminho para a desgraça. Jesus sempre agia, seu exemplo é de ação, de ir ao encontro, de identificação com os problemas e com as pessoas. Assim também acontecia no AT,
quando os profetas, tomados de divina ira, levantavam-se com uma mensagem vinda do Senhor, geralmente uma acusação contra os poderosos e governantes que deveriam conduzir o povo com diligência e justiça, contra o povo que com suas atitudes afastavam-se do correto caminho.
Desta forma na Bíblia sempre vejo uma dualidade de preocupação, o espiritual e o material, nunca um em detrimento do outro, o judeu do AT não tinha esse dualismo de origem grega, que separa o físico do espiritual.
Hoje no entanto, elaboramos uma nova teologia, uma teologia do Deus para mim, criamos um Deus que existe somente para atender os meus desejos materiais, um deus do Hoje, o EU SOU, no sentido de infinito, de futuro, deixa de ser relevante, o mais importante agora é o DEUS É.
O que interessa agora é o Deus qeu eu faço mover com a minha fé, o Deus que dá um
jeitinho... o que importa é o Deus que apesar de eu não estudar "faz com que eu
passe na prova..."
Mas esse deus materialista pode ser facilmente esquecido, basta o progresso econômico atingir as pessoas, basta melhorar as condições de vida e assim teremos cada vez menos necessidade deste deus....
Mas apesar e talvez porcausa disto teremos cada vez mais sede de DEUS, mas talvez por não
termos feito nada e por não agirmos, por não nos importarmos, talvez acabe sendo
tarde de mais....
Hoje creio que a grande ênfase que as igrejas estão dando para os milagres e curas estão diminuindo a verdadeira mensagem do Evangelho. Não necessito mas de Cristo por causa da minha existência humana vazia, afastado de Deus.... Não necessito verdadeiramente de conversão por causa dos meus pecados.... Agora no evangelho pós-moderno necessito de Jesus por causa de seus milagres... Necessito de cura de alguma enfermidade, necessito de um emprego, necessito de mais dinheiro, e as "igrejas" estão vendendo este "Jesus" esse "Deus"... A pouco dias assiti um "culto" pela tv em que um dos "milagres" dados como testemunho é que "Deus" havia desaparecido com os registros da conta devedora do sujeito no banco, ou seja , esse Deus hacker, sumiu com a dívida do sujeito, esse Deus Robin Hood, que tira dos ricos para dar aos pobres...
Do meu ponto de vista esses "milagres" não mostram a grandeza de Deus, eles diminuem a Deus, criam um deus fantoche, um deus pequeno, não é um Deus pessoal, mas um Deus individual e individualista....
O pior é que as "igrejas" estão fatiando esse deus... ao ponto de voltarmos ao conceito de deus regionalista ( do mesmo conceito que tinha os hebreus da antiguidade, que IAHWEH somente operava em terras judaicas....) ao ponto de afirmarem que Deus operava ali naquele local, o "bispo" perguntou se determinada pessoa que já era evangélica de outra denominação tinha sido "abençoada" em outra igreja... como a afirmação foi negativa, veio a frase " tá vendo??? é porque aqui Deus age... aqui Deus opera...". ou seja, na outra não...
É por isso que estou, desde algum tempo, posicionando-me fortemente com relação a estas afirmações, e denominações que se dizem cristãs, não podemos colocar todas as igrejas dentro do mesmo saco... Não é somente citando o nome de Jesus que estas instituições se transformam em verdadeiras igrejas de Cristo.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Literatura teológica parte 1

Estou desenvolvendo um pequeno projeto de vídeos falando um pouco dos meus livros de teologia. O objetivo é passar um pouco da minha impressão sobre estes materiais e apresentar sugestões de aquisição para quem é estudante de teologia, líder eclesiástico ou simplesmente gosta de teologia. Sinta-se a vontade para deixar comentários e sugestões. 

Neste primeiro primeiro vídeo apresento rapidamente 5 livros que estou estudando, listados abaixo:

- Comentário Exegético - Apocalipse.  Autor : Grant R. Osborne, Editora Vida Nova. 
- A Instituição da Religião Cristã.  Autor : João Calvino, Editora Unesp.
- A Igreja na cultura emergente. Cinco pontos de Vista. Org. Leonard Sweet, Ed. Vida.
- História da Teologia Cristã. Autor : Roger Olson, Editora Vida.

Minha Biblioteca de Teologia parte 1

"Às vezes, o acerto doutrinário e teológico tem importado demais. Nos nossos dias, porém, parece que o pêndulo já chegou à extremidade oposta, já que muitos cristãos sabem pouco ou nada a respeito das doutrinas cristãs ou de como e por que se desenvolveram. O cristianismo está correndo o risco de se tornar uma religião folclórica de culto terapêutico e sentimentos pessoais."

 História da Teologia Cristã. Autor : Roger Olson, Editora Vida.  pg. 17

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Sobre a Maioridade Penal.....


Muito tem se falado sobre a questão da maioridade penal, como sempre, não gosto de me manifestar sem pelo menos uma breve reflexão e avaliação de opiniões a respeito, e acho que já tenho uma solidez argumentativa a respeito do assunto. 

Penso que falar sobre maioridade penal é tentar tapar o sol com a peneira, o problema da nossa sociedade é muito mais profundo, e para o qual está ação legislativa não surtirá grande efeito. Comecemos com nosso sistema prisional. Salvo ledo engano deste, trata-se apenas de um local de ajuntamento de pessoas que cometeram crimes, aliás na sua grande maioria com um tremendo excesso de presos, muito além da sua capacidade. O objetivo do sistema penal deveria ser afastar o indivíduo que cometeu crime da sociedade, cumprir a pena da qual o sistema legal o imputou, através de julgamento lícito e ser ressocializado, para que, ao cumprir sua pena possa ser reintegrado à sociedade. Parece que estes objetivos não são alcançados, pelo menos não de todo. Desta forma surge a dúvida, jogar mais criminosos, através da redução da maioridade penal, neste cenário vai resolver? Será que o menor que comete crimes hoje realmente vai ficar temeroso em decorrência do risco de ir par a cadeia? 

Sabe-se que muitas ações envolvendo crimes são imputadas a menores em decorrência da impossibilidade de prisão dos mesmos, cumprindo medidas sócio-educativas, que parecem também não resolverem muito... Eu penso que bandidos que hoje andam com menores de 16 ou 17 anos, para assumirem a "encrenca," passariam a andar com menores de 15 ou 14... maioridade para 14? menores de 13 ou 12... e assim vai....

Creio que vivemos um problema estrutural da sociedade que está assentada no capitalismo extremado, diria mais, onde o valor do ser foi completamente substituído pelo ter, aliás substituído não é bem o termo na verdade ser é ter. O indivíduo é alguém quando ele consegue demonstrar para a sociedade ( ou para o grupo) aquilo que ele tem, assim ter um tênis de marca, ou um celular ultimo tipo te coloca como alguém importante, alguém que conseguiu... este conceito está extremamente arraigado em nossa forma de viver moderna. Não pretendo discorrer aqui longamente sobre este assunto, mas apenas tocar em um dos pontos que contribuem para a selvageria moderna...Enquanto não tivermos um sistema penal que seja de fato correcional, enquanto não tivermos um sistema educacional que seja eficiente e centrado em valores, enquanto tivermos uma sociedade que valorize extremamente mais a aparência do que a essência, estaremos discutindo bobagens que não servem para nada...

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Nota de repúdio ao Governo do Estado do Paraná.


Sou professor, ou melhor continuo tentando ser professor. Larguei meu trabalho no setor bancário (no qual estava a mais de 20 anos) para me dedicar a um chamado e vocação, iniciei o mestrado e a duras penas estou chegando ao final do mesmo e tentando me estabelecer na academia. 

Mas independente deste deste histórico, não poderia me calar frente ao que aconteceu na Assembléia Legislativa ontem dia 29/04. A educação é um dos pilares da sociedade, é ela que possibilita que um povo possa ser civilizado, que tenha noções de seus direitos e deveres e que o indivíduo possa conquistar sua autonomia através do que eu chamo de educação reflexiva, isto é, uma educação que sejam mais do que uma simples formação técnica, mas que seja uma formação ética para uma sociedade mais justa. 




Por isso ser professor é coisa séria, e a educação deveria ser levada com seriedade, em países com alto padrão ético/cultural isto acontece.

A ação impetrada ontem pelo Governo do Paraná é inadmissível, não podemos encarar que uma manifestação pública fosse tratada da forma violenta que foi e muito menos tratando-se daqueles que são responsáveis pela educação. 

O Sr. Governador sabia do risco político que estava correndo ao se encastelar ( sim, é esta a imagem que me vem a cabeça, um senhor feudal encastelado, com sua guarda pessoal...), mas assumiu este risco, talvez porque o problema em que ele colocou o estado do Paraná seja um risco ainda maior... 

Esperamos que manifestações populares e de órgãos representativos da sociedade se posicionem e demonstrem o repúdio ao Governador Beto Richa.  

Ass. Roberto Rohregger

quarta-feira, 8 de abril de 2015

A Igreja e as Cidades....

 Os desafios da cidade no século XXI. 
Autor : José Comblin
Ed. Paulus

José Comblin faz uma excelente avaliação dos desafios da cidade no século Xxi e a relação destes desafios com a postura da igreja. Apesar da magnitude do tema o livro de Comblin e fino, sem ser superficial, a análise não fica na obviedade apesar de que, confessado pelo autor, muito do que ele diz já foi dito outras vezes, mas ainda é necessário que se repita.
A análise do relacionamento das CEB x Igreja como organização e o sufucamento da primeira pela estrutura política da segunda é muito interessante, podemos ver o quanto a sociedade perde quando o poder organizado sente suas estruturas ameaçadas.
Sua frase na pg 25 bem que poderia, guardada as devidas particularidades, ter o mesmo resultado com relação à alguns movimentos evangélicos :
“As pessoas que freqüentam a igreja para buscar remédios e satisfações na vida não se sentem comprometidas com a Igreja. O seu compromisso é com o santo, e nada mais. Não se sentem comprometidas a participar de comunidades cristãs, aceitar a disciplina da Igreja e, muito menos seguir a regra do evangelho.”
Ao final da leitura do livro fica mais claro a distorção entre o cristianismo e a religião atual, a entrega que foi feita do evangelho às exigências do mercado neoliberal, visando suprir a crescente necessidade por felicidade, caracterizada pelo bem estar corporal.
Se observarmos seriamente veremos que a satisfação corporal também tinha seu espaço no evangelho, Jesus curou enfermidades físicas, psicológicas ou seja Jesus entendia a necessidade das pessoas e que vivemos neste mundo, em um corpo físico e que desejamos viver neste mundo com um corpo físico e preferencialmente com gozando de saúde e bem estar físico, e se possível agregando prazer,satisfação e conforto.
Atender as necessidades de saúde e bem estar do individuo não era problema para Jesus, porém a mensagem que Jesus passava era de que está não deve ser o nosso objetivo ultimo, nossa busca final, o físico é uma parte do individuo e não deve ser a maior. A realidade ultima que Jesus aponta é a espiritualidade como porta de acesso para o eterno e possibilidade de sentir-se pleno, não disfarçando o desespero pela finitude, como as religiões modernas fazem, ou seja não substituindo a realidade da morte com uma tentativa de viver o “presente eterno” alienando-se através do consumismo.
A reflexão de Comblin, baseia-se no paradoxo atual que as religiões estão enfrentando, e a grande questão que se impõe neste contexto é : Até que ponto isso é cristianismo?, até que ponto rendemos os profundos conceitos do Reino, propagados nos evangelhos, pelos conceitos de mercado capitalista? Até que ponto nos rendemos a filosofia e conceitos propagados atualmente?

Grupo de Estudos


sábado, 10 de janeiro de 2015

Sobre o atentado ao Charlie Hebdo.

Em primeiro lugar quero deixar claro meu total repúdio aos atentados que ocorreram em París, principalmente ao Charlie Hebdo. Li as reportagens e assisti alguns vídeos que mostravam a brutalidade dos atentados, E somente após um tempo de reflexão sobre estes atos ignóbeis resolvi me manifestar. 

Nada, absolutamente nada justifica as mortes decorrente destes atentados, cabe a França dar uma resposta a altura e as demais nações e instituições manifestarem-se repudiando o ocorrido. Um estado de direito que se preze não pode ser conveniente a estes atos. 

Por outro lado cabe uma critica à política do jornal Charlie Hebdo sobre o que é liberdade de expressão e o que extrapola isto, deixando de ser liberdade de expressão passando a ser ofensa e respeito ao próximo. Novamente, para aqueles que não entendem ou não querem entender, NADA JUSTIFICA O ATENTADO AO CHARLIE HEBDO OU A QUALQUER INDIVÍDUO OU INSTITUIÇÃO QUE SE MANIFESTE SOBRE RELIGIÃO, POLÍTICA OU QUALQUER OUTRO ASSUNTO.

Não é esta a questão que estou procurando avaliar, atentados terroristas são uma abominação e um ato covarde. Mas o que me chama a atenção é que muitos humoristas ou comentaristas se valem da tal "Liberdade de Expressão" para humilhar e espezinhar as religiões de forma diria até vergonhosa. 

Veja algumas das páginas do jornal Charlie Hebdo Aqui. e reflita se não são no mínimo ofensivas para quem professa uma religião (e não estou falando especificamente do Islamismo, mas de qualquer religião, veja algumas capas sobre o cristianismo...). Será que ao realizarmos um humor que ofende a crença do outro não estou sendo preconceituoso e intransigente? Não estou dizendo que suas crenças e modo de vida podem ser objeto de "bullying" sem o menor constrangimento? Aqui no Brasil temos grupos que fazem humor com a religião e considero muito de seus vídeos ofensivos, e é claro que nunca passou na minha cabeça fazer qualquer tipo de retaliação que não fosse a da discussão do assunto, como estou fazendo aqui. 

Este é um momento trágico, que devemos refletir e discutir sobre ações radicais, violência e também sobre respeito ao próximo. 

Ao povo francês minha solidariedade, aos grupos que agem com violência ( qualquer grupo, qualquer religião) meu repúdio por diminuírem ainda mais o respeito pela capacidade da humanidade de solucionar seus problemas.... 

Começamos o ano de 2015 com violência e intransigência, que possamos no restante deste ano trabalharmos para pelo menos minimizar este este início terrível.