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segunda-feira, 24 de março de 2014

Inquietações sobre o futuro...



Nos últimos 100 anos a ciência sofreu uma profunda mudança em suas características. Passou de um exercício de poucos, normalmente de âmbito solitário e de descobertas que poderiam impactar a sociedade mas de forma geral não traziam grandes problemas. 

Mas este cenário mudou drasticamente, a ciência se institucionalizou, se profissionalizou e tornou-se condição importantíssima para o desenvolvimento da humanidade. 

Penso que consciência da importância e dos riscos, seja pelos desmandos dos centistas ou pela aplicação das descobertas, se deu na segunda grande guerra. Foi o acontecimento do século passado em que mais se utilizou o desenvolvimento de ciência e tecnologia para fins bélicos, mesmo das ciências ditas como teóricas. 

Temos do desenvolvimento de computadores para criptografar mensagens, ao desenvolvimento da armas de destruição em massa (bomba atômica) passando pelo desenvolvimento de mísseis balísticos e experiências médicas com seres humanos em campos de concentração. 

Estas tecnologia usada para o esforço de guerra provou que a ciência e a tecnologia iriam mudar radicalmente a forma como as guerras seriam conduzidas deste ponto em frente. 

A bomba nuclear originou-se de ciência pura, ao se verificar que a matéria poderia ser transformada em energia e que a desintegração de um átomo liberaria uma grande quantidade de energia, deu-se o primeiro passo para a construção da bomba atômica, mesmo que em nenhum momento da pesquisa houvesse este direcionamento, talvez pela ingenuidade que a própria ciência tinha das suas consequências. 

Porém hoje vivemos sob o risco de uma destruição total, pela quantidade de armamentos nucleares que existe, de toda a humanidade e da vida neste planeta. 

A ciência e a tecnologia não são mais ingênuas, ou pelo menos não podem se dar mais a este luxo. Existem sérias implicações em suas descobertas, talvez mais do que pode-se perceber em um primeiro momento, por isso a reflexão ética deveria fazer parte em todo o processo de construção de alguma pesquisa científica. Mas esta consciência deve nascer na comunidades cientifica como auto regulamentação, o que parece muito difícil de se conseguir, a máxima de que deveríamos perguntar de que, mesmo podendo fazer determinado procedimento científico, devemos? leva a um patamar ético que leva em consideração os grandes riscos que a ciência pode trazer atualmente. 

Na atualidade estes riscos são mais claramente observados em algumas áreas da ciência e tecnologia tais como biotecnologia, pesquisas em inteligência artificial, robótica avançada. Normalmente estas áreas acenam com desenvolvimentos fantásticos que proporcionaram à humanidade um avanço na qualidade de vida e na felicidade em geral, afinal para que deveria existir a ciência senão para isso?, mas esconde-se a outra face, os grandes riscos que estas tecnologias também podem acarretar.

Isto é justo? Quem decide se queremos que estas pesquisas continuem? Até onde deve ir a autonomia dos cientistas? Estas questões são profundamente importantes, mas pouquíssimas pessoas estão se debruçando sobre elas, e menos ainda são as que pressionam os governos para que haja um olhar mais de perto destas pesquisas.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Consumidor Gospel....

Eis uma palavra que define muitas coisas hoje : Consumidores Gospel. O consumidor gospel é aquele que consome o cristianismo de acordo com as regras do mercado neo-capitalista hedonista atual. Isto é, o evangelho deve ser disponibilizado de uma forma que atenda as demandas e desejos do mercado consumidor. As igrejas são os shopping center que muitos "crentes" vão dar um rolezinho para ver se há algo que lhes agrada.

domingo, 2 de março de 2014

Sedação Paliativa

Estamos evoluindo muito no entendimento dos procedimento e processos de pacientes em estado terminal, principalmente no que trata de cuidados paliativos. O artigo do observatório de bioética apresenta mais uma opção com relação a cuidados paliativos que é a sedação paliativa para pacientes que estejam com profundo desconforto com relação a dores e próximos da morte. Não se trata absolutamente de eutanásia, mas apenas da diminuição do nível de consciência a fim de evitar sofrimento inútil.

 Claro que este procedimento deve seguir algumas regras, inclusive com relação a respeitar o desejo do próprio paciente e principalmente nunca ser utilizado com o intuito de aliviar o sofrimento emocional dos parentes. O texto é bem interessante e entendo que é uma técnica que pode sim ser usada a fim de minimizar um sofrimento sem sentido. Vale a pena ler o texto no link abaixo. 

Outro ponto que gostaria de deixar registrado é que a sociedade brasileira deveria discutir com um pouco mais de profundidade a questão da eutanásia ativa, quando há a livre e esclarecida solicitação do paciente. Outros países tem aprovado a eutanásia em determinadas situações e por aqui há pouca discussão do assunto, que é quase um tabu. Tenho um pequeno artigo que trato deste assunto e vou disponibiliza-lo após fazer uma revisão. 

http://www.observatoriobioetica.org/2014/02/sedacion-paliativa/