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quarta-feira, 13 de junho de 2007

Um chip capaz de aprender - e se lembrar

Achei muito interessante, sei que foge um pouco ao tema do blog (ou não...) mas não resisti.

A matéria é do site da Sientific American, onde pode ser lido o texto completo.


Um chip capaz de aprender - e se lembrar
Cientistas israelenses gravam lembranças múltiplas e duradouras em uma cultura de neurônios, abrindo caminho para máquinas "ciborgues"
por Nikhil Swaminathan

Chip de neuromemória de primeira geração? Cientistas israelenses tomaram o primeiro passo importante para demonstrar que uma rede de neurônios fora do organismo pode ser estimulada para criar lembranças múltiplas e duradouras
Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv demonstraram que neurônios cultivados fora do cérebro podem ser gravados com lembranças rudimentares múltiplas que persistem por dias, sem interferir em outras, nem apagá-las.

"A maior conquista foi o fato de termos alterado a função dos neurônios inibitórios" para estimular padrões de memória, diz Eshel Ben-Jacob, autor principal da pesquisa publicada na Physical Review E. "Provavelmente fizemos com que a cultura de células desencadeasse o modo coletivo da atividade que é possível".

Segundo Ben-Jacob, os resultados abrem caminho para a criação de um chip de neuromemória que poderia ser aliado ao hardware de computadores para criar máquinas "ciborgues" capazes de realizar tarefas como detectar toxinas perigosas no ar, permitir que os cegos enxerguem ou ajudar alguém que sofre de paralisia a recuperar parte ou todo o movimento.

Ben-Jacob ressalta que todas as tentativas anteriores de desenvolver memórias em cultura de neurônios(neurônios e suas células gliais auxiliares e isolantes) muitas vezes envolveram o estímulo de sinapses (conexões entre células nervosas). Os chamados neurônios excitatórios, que amplificam a atividade cerebral, representam quase 80% dos neurônios no cérebro; os neurônios inibitórios, que "freiam" a atividade, constituem os outros 20%. Estimular células excitatórias com substâncias químicas ou impulsos elétricos faz com que elas disparem seus próprios sinais elétricos para neurônios vizinhos.

De acordo com o autor do estudo, as tentativas anteriores de fazer com que as células criassem um padrão repetido de sinais enviados de um neurônio para outro em uma população de células - o que os neurocientistas acreditam constituir a formação da lembrança no contexto de realizar uma tarefa -, eram focadas nos neurônios excitatórios. Os experimentos falharam porque resultaram em uma atividade aumentada aleatoriamente, que não imita o que acontece quando uma nova informação é aprendida.

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