Estou iniciando a leitura do livro Bioética Clinica e Pluralismo, da editora São Camilo e Loyola, e na página 20 (Bioética entre globalização, universalismo e diversidade cultural, - Francisco Javier Correia) há uma citação do bioeticista Prof. Van Rensselaer Potter : "para um futuro a longo prazo teremos que inventar e desenvolver uma bioética política... a bioética mundial deve evoluir para uma bioética social em escala mundial politicamente ativa."
Esta é uma afirmação que concordo plenamente. O debate da bioética deve ter a participação de toda a sociedade, mas muitas vezes os temas são do interesse de grupos econômicos com grande poder para impor seus pontos de vista, que não são necessariamente o melhor para a população em geral. Tampouco avaliam os impactos de novas técnicas ou tecnologias a médio e longo prazo.
Para conduzir estes diálogos faz-se necessário que os vários segmentos da sociedade se esforcem para preparar bioticistas altamente capacitados, uma vez que as questões envolvidas são muitas vezes profundamente complexas e, saber conduzi-las em seus dilemas éticos é um trabalho árduo.
Conseguir traduzir e demonstrar os impactos de determinadas ações na área das ciências biológicas, da medicina e da tecnologia é função do bioticista, porém a regulamentação para o seu uso ou até a proibição se for o caso, tem de ocorrer na esfera governamental de forma isentas.
Para que isso ocorra devemos ter uma população minimamente esclarecida e politicamente ativa.