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Mas este cenário mudou drasticamente, a ciência se institucionalizou, se profissionalizou e tornou-se condição importantíssima para o desenvolvimento da humanidade.
Penso que consciência da importância e dos riscos, seja pelos desmandos dos centistas ou pela aplicação das descobertas, se deu na segunda grande guerra. Foi o acontecimento do século passado em que mais se utilizou o desenvolvimento de ciência e tecnologia para fins bélicos, mesmo das ciências ditas como teóricas.
Temos do desenvolvimento de computadores para criptografar mensagens, ao desenvolvimento da armas de destruição em massa (bomba atômica) passando pelo desenvolvimento de mísseis balísticos e experiências médicas com seres humanos em campos de concentração.
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A bomba nuclear originou-se de ciência pura, ao se verificar que a matéria poderia ser transformada em energia e que a desintegração de um átomo liberaria uma grande quantidade de energia, deu-se o primeiro passo para a construção da bomba atômica, mesmo que em nenhum momento da pesquisa houvesse este direcionamento, talvez pela ingenuidade que a própria ciência tinha das suas consequências.
Porém hoje vivemos sob o risco de uma destruição total, pela quantidade de armamentos nucleares que existe, de toda a humanidade e da vida neste planeta.
A ciência e a tecnologia não são mais ingênuas, ou pelo menos não podem se dar mais a este luxo. Existem sérias implicações em suas descobertas, talvez mais do que pode-se perceber em um primeiro momento, por isso a reflexão ética deveria fazer parte em todo o processo de construção de alguma pesquisa científica. Mas esta consciência deve nascer na comunidades cientifica como auto regulamentação, o que parece muito difícil de se conseguir, a máxima de que deveríamos perguntar de que, mesmo podendo fazer determinado procedimento científico, devemos? leva a um patamar ético que leva em consideração os grandes riscos que a ciência pode trazer atualmente.
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Isto é justo? Quem decide se queremos que estas pesquisas continuem? Até onde deve ir a autonomia dos cientistas? Estas questões são profundamente importantes, mas pouquíssimas pessoas estão se debruçando sobre elas, e menos ainda são as que pressionam os governos para que haja um olhar mais de perto destas pesquisas.