A FDA (órgão que fiscaliza alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, similar à Anvisa) liberou nesta sexta-feira (30) o primeiro teste no mundo em seres humanos de um tratamento médico derivado de células-tronco embrionárias, conforme site do jornal Folha de São Paulo.
Sou contrário à utilização de células tronco embrionárias para a elaboração de novas terapias haja vista meu entendimento com relação ao início da vida. Por convicção entendo que a vida tem início no momento da fecundação e, desta forma, o pré embrião já é um representante da raça humana, que tem o caráter potencial de pessoa. Mas não é este o ponto que desejo escrever hoje, mas sim sobre a noticia sobre os testes em humanos com células tronco.
A empresa Geron que recebeu a autorização para seguir adiante com os testes, pretende fazê-lo com 10 pacientes paraplégico, que tenham sofrido o acidente causador da paralisia a menos de 15 dia ( de 7 a 14 para ser mais exato.), o presidente da empresa declarou que o teste deverá começar em um mês.
Algumas questões que entendo devem ficar mais claras :
- Como será a seleção destes pacientes? Além é claro da qualidade do quadro do paciente o que mais será levado em conta? Acredito que bem mais de 10 pessoas devem se colocar a disposição para estes testes.
- Segundo a matéria da Folha a empresa teve que parar os testes ano passado pois forma encontrados cistos no organismo dos camundongos usados nas pesquisas preliminares. Havia uma margem de 3% a 4% de células utilizadas que poderiam ficar em estado indeterminado ( ou seja não se especializar em oligodendrócitos ) e desta forma gerar os cistos espinhais. Ao que parece a empresa afirmou haver conseguido melhorar seu procedimento de purificação, de forma que nenhuma célula errada escapasse. Porém aos pacientes que se colocarem a disposição deve se informar que há sim um risco, uma vez que estes seriam as primeiras pessoas a passarem por este experimento.
- Outro fator é que não há garantias de que o paciente que passar pelo procedimento venha de fato a recuperar os movimentos, existe sim uma expectativa que isso ocorro baseado em testes de laboratório. Porém este experimento é apenas a fase 1, que avalia a segurança do método. Deve-se tomar cuidado para não gerar falsas expectativas com relação à aqueles que passaram pelos procedimentos e tampouco para a sociedade em geral.
- Um ponto que chamou-me a atenção foi a afirmação da Bióloga e geneticista Mayana Zatz, de que há uma desvantagem em analisar pessoas que acabaram de se acidentar, uma vez que sua recuperação poderia ocorrer espontâneamente. Não poderia ocorrer uma "contaminação" dos resultados da pesquisa? Podemos ter certeza de que a recuperação ocorreu face a aplicação das células troncos ou se em alguns casos ocorreu uma recuperação natural?
Sabemos que sempre se criou grandes expectativas com relação à utilização das células tronco embrionárias, em muitos casos chegou-se a depositar verdadeiros poderes milagrosos e muitas pessoas e organizações sem ética fizeram e ainda fazem promessas de cura de muitas doenças com a utilização destes métodos, verdadeiros charlatães.
Pessoas esperançosas gastam fortunas em busca destas promessas que de fato ainda são incipientes. Como já afirmei no início deste texto sou contra a utilização de células tronco embrionárias para tais pesquisas, ainda que possam apresentar a cura para muitas doenças, mas estes avanços na medicina implicam na destruição de embriões humanos, que entendo ser um ato criminoso, isto feito para que pessoas possam ter uma vida melhor, sim mas a custa de outros. A dignidade humana começa no momento da concepção, ou alguém que está lendo este texto gostaria de ter sido destruído enquanto era um embrião para que alguém, que pudesse pagara para isso pudesse voltar a andar?