Tenho escrito e pensado muito com relação ao transhumanismo, de uma forma geral em bioética trabalho com a linha de pesquisa de tecnologias emergentes, que apresentam impactos para a humanidade e que podem também ser apropriadas para a ideologia transhumanista.
Falo ideologia já que entendo ser , sim, uma construção ideológica, uma forma de entender a vida. Não partilho das concepções ideológicas deste grupo, e nos meus escritos apresento em primeiro plano as questões problemáticas que esta ideia pode acarretar, e boa parte dos pesquisadores partilham da opinião de que deve-se, no mínimo, avançar com muito cuidado nesta área. Porém o desenvolvimento tecnológico apresenta cada dia mais opções que podem transformar esta visão, da auto-evolução humana em realidade. A reflexão sobre este assunto deve ser direcionada para a avaliação de que forma isto pode ocorrer, uma vez que entendo que este processo, mais radical, já foi iniciado.
Creio que está junção entre o desenvolvimento técnico-tecnológico que até hoje foi sendo apropriado pelo indivíduo como auxílio externo será incorporado a curto prazo internamente, tanto pelas novidades apresentadas pela biotecnologia quanto pela tecnologia da informação, assim teremos a união do biológico natural, com o biológico manufaturado e tecnológico.
Desta forma o humano transporá a ultima barreira da manipulação : a própria natureza humana. Entraremos então em uma nova e radical era, apesar que de uma certa forma isto já vem acontecendo desde sempre, mas não nos níveis em que a biotecnologia irá nos proporcionar.
Como compreendo que este fenômeno é inevitável, cabe a ação de que este ocorra de forma a produzir o melhor benefício possível para a maior parte da humanidade, principalmente para aqueles que não poderão dispor destes avanços.
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